O curral do homem acusado de manter um funcionário em situação análoga à escravidão, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense foi interditado. Junto com a vítima, policiais civis encontraram cerca de 14 porcos, que eram maltradados.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente retirou os animais do local e os levou para um curral com boas condições, em Seropédica, também na Baixada.
A vítima, de 51 anos, passa bem. De acordo com a Prefeitura, o homem já se alimentou, recebeu atendimento médico e está no abrigo do município. Agora, uma ação é feita para tentar localizar a família dele, que é de Minas Gerais.
Responsável pelas investigações, o delegado José Mário Salomão Omena destacou que, quando o homem foi resgatado, ele não tinha noção do tempo. A estimativa é de que a vítima vivia há cerca de dois anos no terreno.
De acordo com o delegado Omena, o suspeito, Alberique Corrêa de Oliveira, foi preso em flagrante depois do que disse no depoimento. Corrêa ainda teria se mostrado surpreso com a decisão e tentado culpalizar a vítima, segundo o delegado.
A vítima foi resgatada na segunda-feira na Região de Austin. O curral onde ele vivia mal tinha paredes, não tinha banheiro. O homem comia o mesmo alimento servido aos porcos, que, segundo as investigações, estava podre e com larvas. Á água do córrego que ele bebia também era de má qualidade, já que se misturava às fezes e urina dos porcos.
Além da suspeita do crime de submeter alguém à escravidão, Alberique Corrêa ainda pode ser investigado pelos crimes ambientais como poluição do solo, dos recursos hídricos, atividade potencial poluidora e maus-tratos aos animais.
A situação foi descoberta após uma denúncia anônima.