O presidente Lula afirma que o Mercosul não pode ficar alheio à disputa da região de Essequibo entre Venezuela e Guiana. Durante a abertura da Cúpula de Líderes do Mercosul nesta quinta-feira (7), Lula disse que acompanha a questão com crescente preocupação e defendeu uma solução por meio da paz e da cooperação.
A área reivindicada pela Venezuela representa 70% do território da Guiana e é rica em reservas de petróleo e recursos naturais.
Diante do aumento das tensões, o presidente também colocou o Itamaraty à disposição para mediar a disputa e destacou que o Brasil pode sediar quantas reuniões forem necessárias para resolver o problema.
No discurso, Lula ainda pediu que a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, a Celac, e a União de Nações Sul-Americanas, a Unasul, ajudem nas negociações para uma solução pacífica.
Em relação ao possível acordo comercial com a União Europeia, Lula afirmou que as negociações chegaram a um texto mais equilibrado, mas ainda insuficiente. Segundo ele, a versão anterior era inaceitável, porque tratava os países do Mercosul como inferiores.
Os principais entraves são relacionados ao monitoramento ambiental e à autorização para que empresas europeias possam participar de licitações governamentais dos países do Mercosul.))
Ao comentar a participação na COP28, o presidente defendeu que os custos da transição energética devem ser assumidos pelos países altamente industrializados, e não pelas nações menores.
Lula ainda anunciou a criação de um programa de investimentos na infraestrutura regional, como rodovias, ferrovias e aeroportos.
O projeto deve ter financiamento do BNDES, do Banco Interamericano de Desenvolvimento e do Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata.
Também participam da Cúpula de Líderes do Mercosul os presidentes da Argentina, Alberto Fernandez; do Paraguai, Santiago Peña; do Uruguai, Luis Alberto Lacalle Pou; e da Bolívia, Luis Arce.
O encontro marca a aprovação para entrada da Bolívia no grupo e o fim da presidência temporária do Brasil, função que passará a ser exercida pelo Paraguai.
Nesta quinta-feira (7), os países do Mercosul ainda devem assinar um acordo de livre comércio com Singapura, o primeiro do tipo a ser firmado pelo bloco após 12 anos. O país é o sétimo principal parceiro comercial do Brasil e o que mais abriga empresas brasileiras na Ásia.