Manto tupinambá na Dinamarca por 300 anos será devolvido ao Brasil

Peça que está em um museu de Copenhague deve retornar ao país no início de 2024

João Videira (Sob Supervisão)

Manto tupinambá na Dinamarca por 300 anos será devolvido ao Brasil
Manto tupinambá do século XVI, feito de penas de guará
Reprodução/Museu Nacional da Dinamarca

Devastado por um incêndio em 2018, o Museu Nacional irá receber de volta da Dinamarca um manto Tupinambá que está em Copenhague desde pelo menos 1699.  

Feita de penas vermelhas de íbis a peça é considerada raríssima, já que existem apenas 11 capas de penas dos chamados Tupinambá pelo mundo - todas em museus europeus.  

Para o diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, a devolução do item é de importância histórica para o Brasil. 

"É com enorme satisfação que nós recebemos essa belíssima notícia da doação deste manto tupinambás que, sinceramente, não existe peça mais importante produzida no nosso país que esteja fora do Brasil", diz.  

"Então nós estamos muito contentes com essa doação, que sintetiza todo o trabalho que estamos fazendo em comum acordo com a comunidade científica internacional", completa. 

O manto era utilizado em cerimoniais religiosos.

As negociações para a devolução ao Brasil envolveram o trabalho da embaixada brasileira na Dinamarca e de membros do Museu Nacional do Rio e do Museu Nacional da Dinamarca.

"O patrimônio cultural desempenha um papel decisivo nas narrativas das nações sobre si mesmas e na autocompreensão das pessoas", diz o diretor do Museu Nacional da Dinamarca, Rane Willerslev.

Em uma nota conjunta, os Ministérios das Relações Exteriores, da Cultura, da Educação e dos Povos Indígenas agradeceram a decisão dos dinamarqueses.

"O Governo brasileiro felicita e agradece o Governo dinamarquês e o Museu Nacional da Dinamarca pela aprovação da doação, que tem grande valor físico, cultural e espiritual para os povos originários brasileiros e, especialmente, para os Tupinambá e contribuirá para o resgate da história e da cultura dos povos indígenas nacionais."

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