Mar deve subir até 21 cm em Atafona, São João da Barra, até 2050, aponta ONU

O distrito está localizado na foz do rio e mais de 500 casas já foram destruídas por inundações

Por Gabriela MorgadoGuilherme Faria (sob supervisão)

Mar deve subir até 21 cm em Atafona, São João da Barra, até 2050, aponta ONU
Cidade de Atafona
Divulgação

O avanço do mar em Atafona, na cidade de São João da Barra, no Norte do Rio de Janeiro, é influenciado pela baixa vazão do Rio Paraíba do Sul, problema influenciado parcialmente pelo aquecimento global. Um relatório da ONU apontou que o local e a capital fluminense devem ser diretamente afetados pelo aumento do nível dos oceanos, que pode chegar a 21 centímetros até 2050, causado pela crise climática.

O distrito de Atafona está localizado na foz do rio e mais de 500 casas já foram destruídas por inundações. Ao mesmo tempo, segundo o Comitê de Bacia Hidrográfica Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana, a estiagem e a transposição das águas para a capital e para São Paulo levaram ao menor nível do curso d'água.  

Assim, sedimentos ficam depositados na calha do rio, e o oceano consegue avançar mais rapidamente e oito quilômetros para o interior. A consequência foi o deslocamento da foz do Paraíba do Sul em Atafona para um local cerca de 4,5 km de distância. O local também sofre com a erosão na orla.

O diretor do comitê, João Gomes, ressalta que uma das medidas que poderiam ser tomadas para amenizar o problema é a construção de barreiras de pedra.

Segundo a Prefeitura de São João da Barra, 47 famílias já precisaram deixar suas casas, que estavam em área de risco. Ainda de acordo com o Município, a elaboração de um edital de licitação para estudos sobre o problema está nas fases finais.

A dentista e empresária Maria Lucia Freire tem casa de veraneio em Atafona há mais de 30 anos. Ela lamenta a situação e pede ações das autoridades.

Segundo o relatório da ONU, nas duas cidades brasileiras citadas no documento, o nível do mar subiu 13 centímetros entre 1990 e 2020.

A analista de Natureza no Instituto Alana, Carolina Maciel, explica por que o avanço atinge principalmente o Rio de Janeiro e Atafona.

Procurada, a Prefeitura do Rio disse que o Instituto Pereira Passos desenvolve estudos das áreas vulneráveis à elevação do nível do mar desde 2008 e que tem um Acordo de Cooperação com a NASA, que tem como um dos objetivos monitorar os perigos ambientais na cidade. 

Tópicos relacionados

Mais notícias

Carregar mais