Dos 28 carros recuperados durante operação da Polícia Civil no Complexo da Maré, quatro eram clonados e os outros seriam preparados para a adulteração. Segundo os investigadores, o conjunto de favelas da Zona Norte do Rio é um dos principais esconderijos de veículos roubados no estado.
A Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) identificou na Maré a existência oficinas clandestinas de clonagem, onde são feitas alteração de placas, adulteração de número do chassi na carroceria, nos vidros e no motor e até a retirada de rastreadores.
Os agentes apuraram que um traficante identificado apenas como Schumacher seria o responsável pela clonagem dos veículos, que são preparados principalmente para comercialização.
Entre os carros roubados que foram recuperados na operação de terça-feira (5), estava um Porsche Macan, avaliado em quase R$ 480 mil. Os policiais da DRE apuram se ele seria de uso de Thiago da Silva Folly, o TH, chefe do tráfico da Maré.
Investigações apontam que diferentes organizações criminosas de várias favelas estão cada vez mais roubando e clonando veículos, para conseguir mais uma forma de lucrar com negócios ilegais.
Na região central da cidade, policiais da Delegacia de Santa Tereza (7ª DP) também descobriram um esquema de venda de veículos de alto padrão roubados e clonados no Rio para outros estados.
Investigadores afirmam que o Morro dos Prazeres, no Centro, e a Fazendinha, no Complexo do Alemão, na Zona Norte, também possuem oficinas clandestinas de clonagem.
Em junho, dois casais de mineiros foram presos na Barra da Tijuca, Zona Oeste, acusados de integrar uma quadrilha especializada na negociação de carros clonados para o Sudeste e Nordeste. Na ocasião, eles tinham vindo até o Rio de Janeiro para buscar um Corolla, que foi adulterado após ter sido roubado em maio, em Campo Grande.
Segundo dados do Instituto de Segurança Pública, só nos cinco primeiros meses deste ano, foram registrados mais de 10.300 roubos de veículo no Rio, enquanto no mesmo período de 2022 foram pouco mais de 9.800. Ainda segundo o ISP, a Zona Oeste e parte da Zona Norte são os locais onde mais esses crimes são cometidos.
O ISP aponta também que a alta começou a ser observada ainda no ano passado, quando o Rio registrou 25.198 casos, 866 a mais do no ano anterior.