Material biológico humano é achado na casa onde família era mantida em cárcere

Segundo a Polícia Civil, a substância pode indicar um corpo em decomposição. O material é analisado

Thuany Dossares

O Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) analisa o material encontrado Reprodução/TV Band
O Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) analisa o material encontrado
Reprodução/TV Band

O Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) analisa o material biológico humano encontrado na casa onde um homem manteve a mulher e os dois filhos em cárcere privado por 17 anos, em Guaratiba na Zona Oeste do Rio. Segundo a Polícia Civil, a substância pode indicar um corpo em decomposição. 

O material foi encontrado no sábado (30), por dois cães farejadores do Corpo de Bombeiros durante uma busca para checar se havia restos mortais de uma criança no imóvel. A denúncia foi feita por vizinhos. 

Apesar do Conselho Tutelar de Guaratiba garantir que informou o caso às autoridades em março de 2020, assim que tomou conhecimento da situação, as vítimas só foram libertadas pela Polícia Militar na quinta-feira passada (28). Luiz Antônio Santos Silva foi preso em flagrante.

A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio abriram investigações para identificar os responsáveis pela demora no resgate da família. 

De acordo com a Civil, as investigações sobre a denúncia tiveram início há dois anos, quando o caso foi registrado na Delegacia de Guaratiba. No entanto, o inquérito foi encaminhado para a Delegacia de Santa Cruz (36ª DP) uma vez que a rua indicada na denúncia era em Santa Cruz e que nada foi encontrado durante diligências neste local. 

Ainda segundo a Polícia, o inquérito foi enviado ao MP por três vezes para que providências fossem tomadas. A última vez que o documento retornou foi em maio deste ano. 

Já o MP afirma que o procedimento estava na Delegacia de Santa Cruz para cumprir diligências solicitadas por eles. Mas o órgão não especificou quais seriam essas diligências.

Representante do Núcleo de Direitos Humanos da OAB, Rodrigo Mondego explica que o MP tem responsabilidades na demora do socorro a essa família, já que não priorizou uma denúncia de cárcere privado com tortura, que é um crime que lesa a humanidade.

Para Rodrigo Mondego, o Conselho Tutelar fez o que estava ao alcance, que era comunicar a denúncia às autoridades competentes. 

A Polícia Militar disse que segundo o comando da região (27ºBPM), não foi localizado nenhum documento oficial sobre a denúncia em 2020.

A família está se recuperando e retomando à vida na casa de parentes. Quem puder ajuda-los, pode fazer doações em qualquer unidade de Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) do Rio.

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