Material utilizado no tratamento do câncer de bexiga está em falta

O único laboratório responsável por produzir o imuno BCG no Brasil está interditado pela Anvisa

Agatha Meirelles e Fernanda Caldas

Desde dezembro de 2021 o medicamento começou a faltar nas distribuidoras de todo o país Divulgação
Desde dezembro de 2021 o medicamento começou a faltar nas distribuidoras de todo o país
Divulgação

O material necessário para o tratamento mais recomendado contra o câncer de bexiga está em falta: o imuno BCG. Quem já começou o tratamento com essa substância está precisando interromper por conta da falta.

O pai da empresária Joana Miranda é um dos pacientes nesta situação. Segundo ela, em abril eles ainda conseguiram comprar o medicamento por R$ 3 mil, mas agora não encontram em nenhum lugar do país.

A Fundação Ataulpho de Paiva, único laboratório responsável por produzir o imuno BCG no Brasil, está interditado por completo pela Anvisa desde novembro de 2021. Ainda esse mês, a Anvisa pretende fazer uma nova fiscalização no local para checar se as modificações determinadas foram acatadas. O imuno BCG é o tratamento mais recomendado pelos médicos nos casos de câncer de bexiga porque é o mais agressivo após a cirurgia. Outro medicamento também pode ser usado, mas além de ser mais caro, não é conhecido por todos os profissionais e não pode ser utilizado por quem já começou o procedimento com o Imuno BCG.

O oncologista Clínico Marcos Saramago explicou que a deficiência na distribuição do Imuno BCG pode prejudicar muitos pacientes.  

Desde dezembro de 2021 o medicamento começou a faltar nas distribuidoras de todo o país, impedindo muitos pacientes de terem acesso ao tratamento ou mesmo interrompendo os tratamentos. Em relação à FAP, o Ministério Público investiga possíveis irregularidades na gestão da Fundação e, neste momento, a unidade está interditada e a fabricação suspensa até a liberação da Anvisa.

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