O ex-bombeiro preso acusado de participação nas mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes já está em Brasília. Maxwell Simões Correa, conhecido como Suel, foi citado diversas vezes na delação premiada firmada pelo ex-policial militar Élcio Queiroz com a Polícia Federal e o Ministério Público do Rio. Ele chegou à capital nesta terça-feira (25).

A Justiça do Rio aceitou o pedido do Ministério Público para que ele fique em um presídio fora do Rio. Segundo a PF, ele foi transferido para a Penitenciária Federal de Brasília. A transferência contou com o apoio de agentes do Comando de Aviação Operacional e da Força-Tarefa de Combate ao Crime Organizado da corporação.

Procurado, o Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que não pode fornecer informações sobre transferência de presos.

Na avaliação do MPRJ, a permanência no sistema prisional fluminense não seria capaz de evitar interferência nas investigações, já que Maxwell tem contatos nos órgãos de segurança e atua em diversas atividades criminosas.

Na decisão, o juíz Gustavo Gomes Kalil estabeleceu que o destino de Suel deveria ser indicado pelo Departamento Penitenciário Nacional.

Por causa da chegada de Maxwell, o delator dele, o ex-policial militar Élcio Queiroz deve ser transferido para a parte do Complexo Penitenciário da Papuda, que fica ao lado da Penitenciária Federal de Brasília, onde esta detido desde o mês passado. A informação é da reportagem da TV Band de Brasília.

Motorista do carro usado nos assassinatos de Marielle Franco e Anderon Gomes em março de 2018, Élcio Queiroz revelou em delação que Maxwell participou de uma tentativa frustrada de execução da parlamentar pelo menos três meses antes.

Em uma conversa com Élcio na virada de 2017 para 2018, Ronnie teria contado que pediu para o ex-bombeiro emparelhar o veículo com o da vítima e que o carro teria dado problema na hora. A Élcio, Lessa teria desabafado que não acreditava na versão apresentada por Maxwell.

Maxwell Simões é apontado como responsável pela milícia que atua em Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio. Segundo as investigações, ele já participava do planejamento da ação pelo menos seis meses antes do crime e é acusado de ajudar a se desfazer das cápsulas de munição e trocar as placas clonadas do carro usado no ataque, que teriam sido picotadas e jogadas em uma linha férrea.

O ex-bombeiro também é apontado como quem fez o contato com o responsável por desmanchar o veículo usado no crime.

Suel foi preso na segunda-feira (25) durante ação da Polícia Federal. Ele estava em casa, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste, onde cumpria prisão domiciliar de outra investigação.