O médico suspeito de transferir Bruno Krupp da enfermaria para a UTI negou as acusações de fraude processual e falsidade ideológica na avaliação sobre o quadro clínico do modelo, que estava internado em um hospital particular na Zona Norte do Rio de Janeiro.

Bruno Nogueira Teixeira foi ouvido na Delegacia da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, nesta terça-feira (09). O depoimento durou cerca de duas horas e vinte minutos. 

O médico disse que o quadro de Krupp estava se encaminhando para insuficiência renal aguda e, por isso, recomendou a internação na Unidade de Terapia Intensiva daquele hospital, já que o da Penitenciária do Complexo de Gericinó, onde Krupp posteriormente foi transferido, não tinha UTI.

Em depoimento, o médico relatou que não teve acesso à evolução do quadro do paciente desde a admissão na unidade. Ele ainda alegou que não recebeu o laudo da nefrologista do hospital particular, em que constava não haver injúria renal aguda – ponto de divergência entre a equipe médica e Bruno Teixeira, que não era do hospital.

Sobre a alta do modelo, Teixeira declarou que estava de plantão no hospital onde é coordenador do serviço de CTI, na Ilha do Governador, e, por ausência de médicos naquele plantão, não pôde dar alta pessoalmente ao paciente no sábado (30) pela manhã. Além disso, contou que deu alta ao modelo no sábado seguinte (6), apenas da UTI, não do hospital, e soube da alta definitiva por matérias jornalísticas.

O delegado responsável pelo caso, Aloysio Berardo Falcão de Paula Lopes, ressaltou a importância da declaração do médico no caso do atropelamento como um todo.

Bruno Krupp é acusado de pilotar uma moto em alta velocidade, atropelar e matar um adolescente de 16 anos na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, no dia 30 de julho.

Nesta terça-feira (9), o advogado William de Medeiros Pena deixou a defesa de Krupp, sem justificar os motivos que levaram à decisão.