Milicianos usam açougue para esconder dinheiro da Polícia Civil

Eles atuam na Muzema, Zona Oeste do Rio, um dos redutos de paramilitares que têm nas construções irregulares uma das principais fontes de lucro

Marcus Sadok

Milicianos são acusados de lavar o dinheiro ilícito Reprodução
Milicianos são acusados de lavar o dinheiro ilícito
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Milicianos e empresários acusados de lavar mais de R$ 100 milhões usaram até açougues para tentar esconder o dinheiro da Polícia Civil. Eles atuam na Muzema, Zona Oeste do Rio, um dos redutos de paramilitares que têm nas construções irregulares uma das principais fontes de lucro.

A rede de laranjas foi alvo da segunda fase da Operação Caixa de Areia 2, realizada pela Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro, nesta quinta-feira (28). Em Nova Friburgo, na Região Serrana, os agentes encontraram uma mansão luxuosa de veraneio de um suspeito, com piscina, área ampla e vista para a mata. Na cidade do Rio, buscas aconteceram também em um endereço de luxo na orla da Barra da Tijuca.

Os milicianos são acusados de lavar o dinheiro ilícito obtido com as atividades criminosas da quadrilha usando empresas de fachada na Muzema, de acordo com o delegado Leonardo Borges.

Segundo o inquérito, empresários movimentaram valores incompatíveis com as atividades declaradas. Os investigadores destacaram a grande quantidade de dinheiro "vivo" usado para transações em contas bancárias.

Os alvos já tiveram dez milhões de reais bloqueados pela justiça, na primeira fase da operação. A mesma milícia que controla a Muzema e foi alvo da Polícia também é investigada pela construção e controle dos prédios construídos irregularmente que desabaram em 2019 deixando 24 mortos.

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