Ministério da Saúde aponta problemas estruturais do Hospital do Andaraí

O relatório indica problemas no sistema contra incêndio do setor de radioterapia da unidade que ainda não foi inaugurado, apesar da previsão inicial de abertura ter sido para o segundo semestre do ano passado

Por Gabriela Morgado

Ministério da Saúde aponta problemas estruturais do Hospital do Andaraí
A área ainda não foi inaugurada
Reprodução/Relatório MS

Um relatório do Ministério da Saúde aponta problemas de estrutura e no sistema contra incêndio do setor de radioterapia do Hospital do Andaraí, na Zona Norte do Rio. A área ainda não foi inaugurada, apesar da previsão inicial de abertura ter sido para o segundo semestre do ano passado. 
 
Em 30 de agosto, técnicos do Departamento de Gestão Hospitalar foram até a unidade. Eles identificaram problemas como o uso de extintores não recomendados e acondicionados de forma inadequada, danos no sistema de refrigeração e acúmulo de água do dreno na laje do setor, gerando risco de atração de insetos, sinal de infiltração e telhado com fissuras. 
 
Em julho, o Governo Federal assinou a municipalização do Hospital do Andaraí, com um período de 90 dias para a transição, com gestão conjunta. 
 
Christiane Gerardo, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Rio, afirma que as unidades precisam de mais investimento. 

Nós precisamos de um orçamento adequado ao nível de atenção à saúde que nós prestamos, que é de alta complexidade, que é paciente de atenção quaternária. Nós precisamos de concurso público. A rede federal amarga um déficit profissional na ordem de 8 mil profissionais. Muitas das vezes o usuário do SUS chega para nós dentro de um quadro agravado da sua saúde, porque a atenção básica não funcionou. Então a solução é concurso público, investimento e valorizar os servidores. 

Nesta segunda-feira (30), a BandNews FM mostrou que quase metade dos cancelamentos de cirurgias nos seis hospitais federais do Rio aconteceu por problemas nas unidades, como falta de insumo e de vagas no CTI. Além disso, mais de 400 leitos estão fechados, a maioria por falta de médicos. 
 
Ao mesmo tempo, muitos pacientes continuam nas filas para cirurgias, por causa da falta de vagas. Marcos Aurelio Carvalhal, de 60 anos, aguarda há dois anos e meio para colocar duas próteses no quadril. 

E eu até perguntei na última consulta ao doutor, ele falou {que}, infelizmente, muitas pessoas fazem esse tipo de cirurgia, então é por isso que é demorado. E é a resposta que eu tenho, né? Fora esse período todo que eu vim correndo atrás, que eu comecei no posto de saúde onde eu moro, aqui em {Jardim} Sulacap, {na Zona Oeste do Rio}, e fiz exame de quadril e assim fui rodando esses hospitais todos. Eu só ando se for de muletas. 

Em nota, o Ministério da Saúde disse que elabora um plano de reestruturação das unidades e analisa o modelo final de gestão. O Governo Federal ainda negocia a municipalização das outras cinco unidades no Rio de Janeiro. 

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