Uma denúncia do Ministério Público aponta que dos mais de 27 mil funcionários da Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro que fazem parte da chamada "folha de pagamento secreta", cerca de 7400 ingressaram na lista após o dia 2 de julho. A data marca o início de diversas restrições previstas na legislação eleitoral. O MP suspeita que eles foram beneficiados por indicações políticas.
A promotoria aponta que houve um aumento considerável nas despesas da instituição desde que ela assumiu no ano passado a execução de diversos projetos de órgãos estaduais. Desde 2021 houve a criação de 18 mil cargos sem a realização de concurso público ou publicação no Diário Oficial. Além disso, os funcionários eram pagos em espécie, na "boca do caixa" das agências do Banco Bradesco. Os saques totalizam quase 226 milhões e meio de reais. Foram identificadas movimentações de até R$ 500 mil em um único dia.
A Ceperj ainda não se pronunciou.
As investigações mostram que as despesas somam mais de R$ 288 milhões de reais entre o final de 2021 e julho deste ano, sendo 92% do valor referente aos sete primeiros sete meses de 2022.
A Justiça do Rio determinou a suspensão de pagamentos e contratações de funcionários do Ceperj e pediu as imagens das câmeras de segurança de quatro agências do Bradesco. O banco tem o prazo de 20 dias para ceder as gravações.