Moradores criticam baixa vazão na Lagoa de Itaipu, causada pela obstrução do canal

O trecho, que tem excesso de resíduos, liga a Lagoa de Itaipu ao mar

Por Gabriela Morgado

Moradores criticam baixa vazão na Lagoa de Itaipu, causada pela obstrução do canal
Por causa do assoreamento, parte do sistema lagunar tem ficado soterrada e seca
Divulgação/Cosan

A Prefeitura de Niterói, na Região Metropolitana, diz que aguarda uma licença e autorização do Instituto Estadual do Ambiente para completar a obra de desassoreamento do Canal de Itaipu. O trecho, que tem excesso de resíduos, liga a Lagoa de Itaipu ao mar. Mas por causa do assoreamento, parte do sistema lagunar tem ficado soterrada e seca. 
 
Nesta segunda-feira (2), a reportagem da BandNews FM foi até o local e flagrou diversos pontos da lagoa sem água. Segundo os moradores, na semana passada, foram dias consecutivos de seca. 
 
Os pontos com baixa vazão são normais na época de maré baixa, principalmente durante a manhã. Mas segundo os relatos dos frequentadores, há alguns anos, a lagoa não fica mais cheia como era antes por causa do assoreamento, como conta o caminhoneiro Alexandre Gomes. 
 
No ano passado, técnicos do Inea constataram que uma obra no entorno da lagoa deixou uma espécie de aterro com entulhos, que causou danos ambientais, entre eles, o soterramento de uma espécie de carangueijo ameaçada de extinção. A empresa, Moreno Perlingeiro, foi contratada pela Prefeitura para ações de infraestrutura. Neste ano, no relatório de fiscalização, os técnicos sugeriram que a companhia fosse multada. 
 
A BandNews aguarda posicionamento da empresa e da Prefeitura sobre isso. O Inea disse que a empresa realizou o serviço de drenagem e a pavimentação foi autuada pelo Inea, por dano ambiental.

Já sobre as obras do canal, o Município de Niterói disse que a prefeitura está investindo 44 milhões de reais na recuperação do local e que realiza a primeira etapa da obra de desassoreamento, mas que espera uma licença do Instituto Estadual do Ambiente para a fase seguinte. 

O Inea afirmou em nota que está tramitando um processo que analisa as obras de dragagem, melhorias hidráulicas e restauração dos molhes para a Lagoa de Itaipu e canal, com objetivo de favorecer as trocas de água entre a lagoa e o mar. No entanto, esta intervenção está sendo avaliada pelo corpo técnico do Inea, não tendo sido emitida nenhuma licença com essa tipologia até o presente momento.  

O instituto afirmou ainda que a prefeitura de Niterói solicitou a retirada de pedras soltas que se desprenderam dos molhes existentes, e o instituto, visando mitigar os riscos aos banhistas, autorizou de forma emergencial, apenas a retirada das mesmas, sendo necessário que se faça uma avaliação criteriosa para descobrir as possíveis causas do evento relacionado.

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