Mais de três dias após a reabertura do Sistema Imunana-Laranjal da Cedae, moradores ainda relatam falta d'água em bairros de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá, na Região Metropolitana do Rio.
A interrupção do abastecimento, que durou quase três dias, ocorreu após a identificação da presença de um produto químico conhecido como tolueno na água e afetou cerca de 2 milhões de pessoas.
A operação foi retomada às 22h de sexta-feira (5), e a expectativa era de que o fornecimento fosse normalizado em até 72 horas, mas muitos moradores relatam que a água ainda não chegou às torneiras. Em alguns casos, o abastecimento até foi retomado, mas voltou a ser interrompido horas depois.
Na segunda-feira (8), agentes da Polícia Civil e do Instituto Estadual do Ambiente realizaram buscas em 16 empresas que utilizam o tolueno no processo de produção, entre elas 14 que fazem parte do GasLub, o antigo Comperj. As equipes fecharam diques para conter a passagem do produto.
Quinze empresários foram intimados a prestar depoimento.
Um documento obtido pela BandNews FM mostra que os agentes encontraram vestígios de tolueno em pelo menos uma da empresas vistoriadas, mas ainda não há confirmação de que foi ela a responsável pela contaminação.
O secretário estadual de Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi, afirma que pretende criar um plano de contingência em parceria com universidades para evitar novos episódios do tipo.
Na manhã desta terça-feira (9), 40 caminhões-pipa da Águas do Rio atravessaram a Ponte Rio-Niterói em direção a São Gonçalo para abastecer de forma alternativa os prédios de serviços essenciais, como hospitais.
Em nota, a concessionária disse que o fornecimento está em processo de normalização e ocorre de forma gradativa. A empresa também explicou que a operação do sistema para São Gonçalo e Maricá só chegou a 100% da capacidade às 11h50 de sábado (6).
Ainda segundo a concessionária, o prazo para normalização pode ser maior que 72 horas em áreas elevadas e pontas de rede. A Águas do Rio ainda alegou que, quando as tubulações ficam totalmente sem água por longos períodos, podem surgir problemas como vazamentos e casos pontuais de turbidez, que contribuem para um alongamento do prazo para regularização do fornecimento.
A Águas de Niterói também disse que a retomada do abastecimento ocorre de forma gradativa e que alguns locais pontuais ainda podem estar com reflexos.