Moradores de Maricá reclamam dos prejuízos causados após picos de energia

O problema, que teve início em meados do ano passado, acontece principalmente nos distritos de Itaipuaçu e Inoã

Por Daniel Henrique

Moradores de Maricá reclamam dos prejuízos causados após picos de energia
Funcionários da Enel fazem manutenção em poste de energia elétrica
Rovena Rosa/Agência Brasil

Moradores de Maricá, na Região Metropolitana do Rio, reclamam dos prejuízos causados pelos picos e quedas de energia, que têm sido recorrentes na cidade.

O problema, que teve início em meados do ano passado, acontece principalmente nos distritos de Itaipuaçu e Inoã. A reclamação da população é que quando a energia cai, demora muito para ser restabelecida pela Enel.

O último episódio ocorreu durante a madrugada de terça (16) para quarta-feira (17). Para contornar o calor, diversos moradores dormiram na areia da praia.

Ouvintes da BandNews FM também relataram que tiveram prejuízo com a perda de eletrodomésticos.

"Nesse ano, desde que virou o ano, todos os dias a gente teve queda de energia. O que é muito perigoso, porque as vezes é aquela queda repentina que volta muito rápido e os eletrodomésticos não aguentam. Eu tenho um microondas que tem apresentado falhas nessa última semana. Eu não tenho como não associar essa falha a um eletrodoméstico novo a esses eventos que têm acontecido com a energia elétrica".

"No meu caso eu tive a perda de um televisor e o televisor tá lá, no meio do quintal desligado. Queimou a tela, a tela simplesmente não liga, por conta de que quando a energia volta, ela vem num baque muito forte e ela acaba dando algum dano na placa, ou na tela, ou em alguma coisa."

Diante da situação, a Prefeitura de Maricá vai entrar com uma representação na Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e com uma ação civil pública na Justiça, exigindo da concessionária um plano de contingência para o verão e outro de investimentos e pedindo a suspensão do corte de energia aos inadimplentes, por um prazo de 60 dias, como explica o prefeito Fabiano Horta.

"As pessoas sofreram muitos prejuízos desde o final do ano. O Natal aqui em Maricá teve muita queda de energia, o ano começou com a recorrência de quedas e as pessoas tiveram prejuízos materiais muito concretos. É preciso que a gente garanta um prazo de 60 dias sem cortes de energia em Maricá, para que as pessoas possam reequilibrar as suas contas, reequilibrar o seu circuito financeiro. Isso também deve ter a garantia de que não haverá no futuro, sobre essas contas, a cobrança de juros e multas, para que a população possa, a partir de um segundo momento, se reorganizar."

Em nota, a Enel informou que o último problema foi ocasionado pelo desarme de um alimentador em Inoã, que atende o município do Maricá, e que está com 45 técnicos mobilizados para a realização de serviços de poda e manutenção na rede. A empresa também afirmou que está investindo R$ 1,5 milhões na expansão da rede que atende a cidade, com o acréscimo de 10 quilômetros de rede.

O problema se repete em diversos pontos da capital fluminense, que é atendida pela concessionária Light.

Em Santa Cruz, na Zona Oeste, manifestantes incendiaram um ônibus na Estrada de Sepetiba, na noite desta quarta-feira (17), em protesto contra a falta de luz no bairro.

Na Ilha do Governador, onde o problema se estende desde a última quinta-feira (11), a Defensoria Pública se reuniu com a empresa. Segundo o subcoordenador do Núcleo de Defesa do Consumidor, Thiago Basílio, a reunião tem como objetivo esclarecer quais medidas estão sendo tomadas.

A Light afirmou que a região da Ilha do Governador ainda deve sofrer com interrupções de energia, sem aviso prévio, pelos próximos dois meses, por conta do trabalho de substituição do sistema que abastece o bairro.

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