Moradores do Jacarezinho, na Zona Norte, ocupada pelo Programa Cidade Integrada, denunciam abuso policial. Agentes das Polícias Civil e Militar entraram na comunidade, na Muzema, na Zona Oeste, e em favelas próximas, na quarta-feira (19).
Os moradores denunciam que, desde então, os policiais têm invadido as casas de alguns deles. Uma moradora do Jacarezinho, que preferiu não ser identificada e teve a voz distorcida, conta que em alguns casos, os agentes chegam a quebrar objetos.
Em nota, a Polícia Militar disse que não compactua com possíveis desvios de conduta, punindo com rigor quando constatados os fatos.
Nesta sexta-feira (21), o governador do Rio esteve no Jacarezinho para participar de uma reunião com lideranças comunitárias. Durante a manhã, Cláudio Castro também realizou encontros com o prefeito Eduardo Paes e com secretários do Governo para falar sobre ações do Cidade Integrada.
O fundador do Movimento Popular de Favelas e conselheiro da Associação de Moradores do Jacarezinho, Rumba Gabriel, que também teve a casa violada, conta que o governador prometeu tomar providências sobre as invasões.
Na reunião, Cláudio Castro falou sobre ações previstas para a comunidade. Segundo Rumba Gabriel, o governador também prometeu começar já na próxima segunda-feira (23) um projeto de saneamento na comunidade. As ações terão início com a recuperação do Rio Salgado, que têm gasto previsto de quase R$ 150 milhões, com obras executadas em um prazo de dois anos e oito meses.
Castro falou ainda na construção de uma vila olímpica no terreno onde funcionava a antiga fábrica da General Eletric, na reativação de uma piscina comunitária e na reforma de escolas.
Ao mesmo tempo que os moradores denunciam abusos, o Governo do Rio também decidiu implementar um sistema de videomonitoramento próximo à comunidade do Jacarezinho, como parte do novo programa. Serão 22 câmeras instaladas no entorno da comunidade.
De acordo com o Estado, a ação é importante não só para monitorar possíveis ações criminosas, mas para ajudar a provar a inocência de policiais em caso de denúncias sobre ações dos agentes. O Governo afirma que operações costumam ser alvo de críticas que baseadas em fatos que "na grande maioria das vezes não correspondem à realidade".
A contratação da empresa para o videomonitoramento deve ser feita em caráter emergencial, com dispensa de licitação.