Moradores sem água relatam preços abusivos para contratação de caminhão-pipa

Na Rua Marquês de Abrantes, no Flamengo, Zona Sul do Rio, um prédio estava sendo abastecido pelo veículo nesta sexta-feira

Por Daniel Henrique

Moradores sem água relatam preços abusivos para contratação de caminhão-pipa
A normalização do fornecimento de água pode levar até domingo
Divulgação

Moradores de regiões que ainda sofrem com a falta de abastecimento de água relatam preços abusivos para contratação de caminhões-pipa.

Na Rua Marquês de Abrantes, no Flamengo, Zona Sul do Rio, um prédio estava sendo abastecido pelo veículo nesta sexta-feira (29). O José de Sales é gerente de um salão de belezas logo ao lado, mas não tem condições de contratar o serviço. Ele conta que desmarcou clientes durante toda a semana.

Essa falta d'água aí, tivemos muito prejuízo, tivemos que demarcar cliente, o pessoal aí vem trabalhar ligando pra cliente pra desmarcar. Cheio de cliente marcado na agenda, ligar pras clientes fica chato, desmarcar o cliente o tempo todo. Especificamente pelo menos umas cinco por dia. As tinturas não consegue fazer, a gente tá até só atendendo o corte masculino mesmo por causa dessa falta d'água. A gente foi avisado sim, mas não era esse tempo todo. A síndica aqui falou que tá absurdo, agora que ela pediu um caminhão-pipa, também não tá entrando nenhuma gota aqui no prédio, 3 mil reais assim mesmo no barato, porque estão cobrando absurdo, o dobro do preço.

A falta d'água também afeta os serviços essenciais. O Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel, na Zona Norte, ainda estava com os atendimentos suspensos

Os pacientes contam que apenas consultas já marcadas e situações de urgência foram atendidos.

A direção da unidade diz que houve o retorno gradual das internações, cirurgias e procedimentos ambulatoriais eletivos a partir da tarde desta sexta-feira (29), com a retomada do abastecimento. O retorno ao pleno funcionamento das atividades acontece no sábado (30).

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o problema já começa a se agravar em algumas unidades, que estão há pelo menos 48 horas sem água, com atendimentos que necessitam deste recurso suspensos.  

A situação também afeta a educação. Os campi da Unirio e da Uerj seguem com as atividades suspensas. Unidades municipais em 22 bairros também foram afetadas.

A manutenção realizada pela Cedae no Sistema Guandu terminou na terça-feira. As outras concessionárias aproveitaram o período para a realização de outros serviços, mas a instalação de um medidor de grande porte no Lins, na Zona Norte, pela Águas do Rio, só foi concluída na manhã desta quinta-feira (28), possibilitando assim que o Sistema Guandu voltasse a operar com 100% da capacidade.

Desta forma, a normalização do fornecimento de água pode levar até domingo (1) em algumas áreas.

Em postagem nas redes sociais, nesta sexta-feira (29), o Prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse que determinou ao Procon Carioca que tenha rigor para aplicar as devidas punições às concessionárias.

Ele diz que é compreensível que o sistema de água passe por uma manutenção anual, que o ideal seria que acontecesse no inverno, mas que não dá pra aceitar que ainda não tenha sido normalizado o fornecimento, causando transtornos à população, à saúde e à educação.

Apesar dos problemas no fornecimento, a reportagem da BandNews FM flagrou os lava-jatos clandestinos da Avenida Leopoldo Bulhões funcionando normalmente.

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