MP denuncia envolvidos na revenda de 800 toneladas de carne submersas na enchente do RS

Almir e Altamir Jorge Luís da Silva, sócios da Tem di Tudo, empresa com sede em Três Rios, são apontados como os responsáveis pelo esquema

Por Clara Nery

MP denuncia envolvidos na revenda de 800 toneladas de carne submersas na enchente do RS
A empresa alegou que a intenção era fabricação de ração animal e graxa
Reprodução

O Ministério Público do Rio denunciou cinco pessoas por envolvimento na revenda de 800 toneladas de carne que ficaram submersas na enchente do Rio Grande do Sul. 

Almir e Altamir Jorge Luís da Silva, sócios da Tem di Tudo, empresa com sede em Três Rios, são apontados como os responsáveis pelo esquema. 

Além deles foram denunciados o irmão e funcionário da dupla, José Luis da Silva, o gerente da companhia, Silio José Marino, e Sthefanny Gomes dos Santos, que responde por outra empresa envolvida no esquema. 

Os quatro primeiros tiveram a prisão preventiva decretada no mês passado. O MP ainda pediu a manutenção das prisões depois que uma testemunha relatou ter sido ameaçada por telefone após prestar depoimento para a Polícia Civil. 

As investigações mostraram que os denunciados adquiriram as mercadorias pelo valor de R$ 0,97 por quilo e as destinaram para fins diferentes do que foi combinado, resultando em lucros altíssimos e nenhum respeito às vítimas da tragédia climática que atingiu o Sul do País em 2024. 

Além de carne estragada, investigadores encontraram durante uma operação em janeiro na sede da empresa embalagens de manteiga, massa para lasanha e pão de alho vencidas.  

A investigação da Delegacia do Consumidor apontou que no período de maio a junho do ano passado, aproveitando-se da tragédia climática no estado gaúcho, os sócios da Tem di Tudo adquiriram grande quantidade de carne estragada por 80 mil reais. 

Se estivessem em bom estado, os produtos poderiam valer até 5 milhões de reais. As carnes chegaram a ficar debaixo d'água por pelo menos 30 dias. 

A empresa alegou que a intenção era fabricação de ração animal e graxa. No entanto, o grupo vendeu a carne bovina estragada para consumo humano para várias empresas. 

A empresa obteve um lucro de mais de 1.000% e colocando em risco consumidores de todo o Brasil. A mercadoria foi distribuída para diferentes estados como um produto em boas condições. 

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