O Ministério Público do Rio denunciou o vereador Gabriel Monteiro, por importunação e assédio sexual. Os crimes foram cometidos contra a ex-assessora dele, Luiza Caroline Bezerra Batista, segundo o MP. A denúncia foi encaminhada à justiça no dia 14 de maio, que recebeu o documento no último segunda-feira (20).
A vítima contou que começou a trabalhar com o vereador em agosto de 2021, para exercer a função de assistente de produção, roteirista e atriz para o canal do Youtube e redes sociais dele. Segundo ela, os assédios começaram cerca de dois meses depois e duraram até ela sair da equipe dele, em fevereiro.
Ao receber a notícia da denúncia do MP, Luiza Batista, declarou que ficou feliz ao receber a notícia, porque teve a sensação de que a justiça está sendo feita e que ele não ficará impune.
"Eu fiquei bem feliz com essa notícia , porque dá a sensação de que a justiça está sendo feita realmente, dá aquela sensação de que ele não vai ficar impune. Ele precisa pagar pelos atos dele e entender que não dá para fazer o que dá na telha dele, não pode violar as pessoas da forma que ele fez. Ele precisa ser parado para não continuar a fazer com outras pessoas. Eu acho que não é uma vitória só minha, é de todos que foram lesados por ele, constrangidas, assediadas, não foi só eu, então a vitória não é só minha. Estou confiando no trabalho da justiça", disse.
Luiza parou de trabalhar com Gabriel Monteiro após ser afastada pelo psiquiatra. De acordo com a denúncia, o político, obrigava a funcionária a "participar como atriz em vídeos de conteúdo sexualizado", se prevalecendo da condição hierárquica, e a ameaçava de demissão caso não topasse fazer as gravações.
O documento ainda descreve que o vereador passava as mãos, em diversas oportunidades, nos seios e nádegas da vítima, com o intuito de ter vantagem sexual. Luiza conversou com o político por três vezes para falar que se sentia ofendida com os assédios, que estavam afetando a sua saúde mental, e nas ocasiões ouviu como resposta que era muita chata e que ele só estava brincando, que se tratava de arte.
Essa não é a primeira vez que o parlamentar é denunciado pelo Ministério Público. Em abril, Monteiro foi denunciado por filmar relação sexual com uma adolescente de 15 anos.
Gabriel ainda é investigado pela Polícia Civil e MP por assédio moral e sexual contra outros ex-funcionários, peculato, por expor pessoas em situação de vulnerabilidade e por forjar vídeos.
O vereador ainda está respondendo a um processo ético-disciplinar na Câmara do Rio, que pode levar à cassação do mandato dele.
Em nota, os advogados do vereador Gabriel Monteiro, Sandro Figueiredo e Pedro Henrique Santos, afirmam que a denúncia foi realizada por ex-assessores do parlamentar que já confirmaram trabalhar para a máfia do reboque em depoimento no Conselho de Ética da Câmara e, que na ocasião, outros funcionários estavam dentro do carro com a suposta vítima e desmentiram na delegacia sua versão de assédio.
