O Ministério Público do Rio pediu a instauração de um inquérito policial na Delegacia de Copacabana para apurar se o vereador cassado Gabriel Monteiro e seguranças dele cometeram tortura contra um caminhoneiro. O crime teria acontecido em 2021, durante uma vistoria surpresa a um bingo clandestino.
Inicialmente, Monteiro prestou queixa por lesão corporal e disse que foi agredido pelo então caminhoneiro Carlos Henrique Santos Araújo, ao flagrar o motorista com uma máquina caça-níqueis. Mas, depois, a promotora Márcia Vieira Piatigorsky entendeu que houve tortura por parte de Gabriel Monteiro ao caminhoneiro, a partir de depoimentos, dele e de testemunhas.
10 homens encapuzados, que de acordo com os relatos seriam "capangas de Gabriel Monteiro", teriam segurado Carlos para que o vereador o agredisse.
A promotora afirmou na ação que "ao longo dos agressões físicas direcionadas a Carlos, ouvia-se dos homens 'fala o nome, senão a gente coloca você na mala', de modo que fica evidente que o animus da conduta dos agentes não era o de lesionar, mas o de obter informações da vítima, de modo que as agressões figuraram como o meio, e não o fim, para a obtenção da informação pretendida pelo grupo em questão."
O processo foi redistribuído para a 5ª Vara Criminal do Rio. O MP pediu ainda a identificação, qualificação e oitiva de todos os acusados, da testemunha mencionada pela vítima no depoimento e dos policiais militares que compareceram ao local.
Procurada, a defesa de Gabriel Monteiro ainda não respondeu.