MPF abre inquérito para investigar distribuição de armamentos no país

Órgão pede que a Companhia Brasileira de Cartuchos explique os motivos do fornecimento de um lote ter sido distribuído em número maior que o permitido

Gustavo Sleman

Inquérito do MPF investiga a distribuição de munição Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Inquérito do MPF investiga a distribuição de munição
Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O Ministério Público Federal abre um novo inquérito para investigar os procedimentos adotados na distribuição de lotes de armamentos encaminhados aos órgãos com atuação na área de segurança pública. O órgão pede que a Companhia Brasileira de Cartuchos explique os motivos do fornecimento de um lote ter sido distribuído em número maior que o permitido.

Segundo o MPF, foram mais de 1,8 milhão de munições no calibre 9mm, sendo 200 mil só para o Rio de Janeiro. É desse lote que foram encontrados projéteis no local do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018. A investigação também solicitou informações ao Exército Brasileiro sobre providências para o controle e o rastreamento de munições distribuídas.

Em comunicado publicado nesta quarta-feira (20), o Ministério Público Federal afirmou ainda que arquivou o inquérito policial que apurava a autoria pelo eventual desvio ou subtração de munições de um lote comprado em 2006 para o acervo da Polícia Federal.

Ao opinar pelo arquivamento, o procurador da República Eduardo Benones reconheceu que houve o delito, no entanto, que não foi possível identificar o responsável pelo crime. Para o Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial do MPF, muitas das munições fabricadas pela indústria e de venda restrita ao poder público estão em poder de criminosos por problemas estruturais.

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