Uma mulher vítima de abuso sexual e agressões por três jovens em um ônibus da linha 415, que faz o trajeto entre a Usina e o Leblon, denuncia que, além da violência, foi alvo de uma série de negligências. Na noite de quarta-feira (24), quando voltava do trabalho, na Zona Sul do Rio, a jovem de 22 anos foi abordada pelo acusados, que entraram sem pagar e pareciam estar sob o efeito de drogas. Eles tentaram levar o celular dela no momento em que ficou sozinha. Como a jovem não entregou o aparelho, foi arrastada pelos cabelos para a parte de trás do coletivo.
Os acusados tiraram a roupa da vítima, morderam partes do corpo da jovem e a atingiram com socos e pontapés. A mulher, que prefere manter o anonimato, disse que pedia para que o motorista parasse o ônibus, mas ele seguiu viagem. Algum tempo depois, os agressores, que pareciam ser adolescentes, desceram do coletivo e ainda ameaçaram a jovem, dizendo que sabiam onde ela mora e que iriam atrás dela.
A vítima conseguiu descer do ônibus próximo a um restaurante e funcionários do estabelecimento a acolheram e comunicaram o crime ao irmão dela, que foi prestar auxílio. No entanto, os policiais militares que foram destacados para atender a ocorrência ouviram o relato do crime e pareceram não acreditar na história.
Levada para uma Unidade de Pronto Atendimento na Tijuca, a jovem disse que, mesmo se tratando de crime sexual, não foi orientada a ir ao Instituto Médico Legal e realizar exame de corpo de delito. Ela se queixa da forma como foi tratada.
Procurada, a Secretaria Estadual de Saúde disse que a paciente recebeu atendimento seguindo o protocolo da pasta para vítimas de violência.
Agora, a mulher diz que está muito abalada e sente medo de voltar a usar o transporte público.
A empresa Auto Viação Alpha, responsável pela linha, foi procurada, mas não respondeu à BandNews FM.
Já a Polícia Militar informou que verifica o relato com as unidades que atuam na região.