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Mulheres que aplicaram golpe milionário em idosa cometem o crime há 20 anos

De acordo com as investigações, as três mulheres que se fingiram de videntes para enganar vítima fazem parte da mesma família

Priscila Xavier

11 das 16 obras foram recuperadas pela Polícia Civil
11 das 16 obras foram recuperadas pela Polícia Civil
Reprodução/Polícia Civil

A Polícia Civil afirma que as três mulheres que se passaram por videntes para aplicar um golpe de R$ 720 milhões contra uma idosa, na Zona Sul do Rio, cometem o crime há, pelo menos, 20 anos.

De acordo com as investigações, Diana Stanesco, Jaqueline Stanesco e Rosa Stanesco Nicolau fazem parte de uma mesma família de ciganos. De acordo com o delegado que acompanha o caso, Gilberto Ribeiro, Rosa Nicolau vivia em união estável com a filha da vítima, Sabine Boghici, apontada como mandante do crime.

O crime começou no início de 2020, quando a idosa foi abordada pelas videntes, que afirmaram que a filha dela sofria um mal e necessitava de tratamento espiritual. Ao todo, a vítima transferiu R$ 9 milhões para o grupo, que era composto por outros três homens, também integrantes da família cigana.

Quando desconfiou da situação e deixou de fazer as transferências, a idosa foi mantida em cárcere privado pela própria filha, dentro do apartamento, onde sofreu ameaças e agressões até abril de 2021. Ela só conseguiu deixar o imóvel após aproveitar a saída da filha para utilizar a chave reserva.

Dezesseis obras de arte da vítima, que era esposa do colecionador Jean Boghici, foram levadas pelo grupo. Juntas, as obras valem mais de R$ 700 milhões. Joias e três relógios rolex, avaliados em R$ 6 milhões, também foram roubados.

O diretor presidente da Casa de Leilões Bolsa de Arte e amigo da família, Jones Bergamin, conhecido como "Peninha", lembra que, em 2012, a casa da família sofreu um incêndio. Na ocasião, a obra "Samba", de Di Cavalcanti, uma das mais valiosas do país, foi consumida pelas chamas.

Onze das 16 obras foram recuperadas pela Polícia Civil na operação. Somente o quadro "Sol poente", de Tarsila do Amaral, é avaliado por Peninha, na venda imediata, em R$ 150 milhões.