O Museu Nacional recebe a doação de uma nova coleção de fósseis brasileiros para a reconstrução do acervo, depois do incêndio em 2018. O material tinha sido adquirido pela família suíço-alemã Pohl em feiras internacionais na Europa e nos Estados Unidos. As peças foram doadas pelo grupo suíço Interprospekt, que integra diversas iniciativas globais relacionadas à história natural.
A doação, apresentada nesta terça-feira (7), consiste em mais de 1.100 plantas e insetos fossilizados, com alta relevância científica. Além disso, também foram doados dois fósseis de dinossauros, provavelmente pequenos dromeossaurídeos ainda não descritos na literatura científica, e o fóssil único de um Tetrapodophis, extensivamente estudado.
Esta é a doação de fósseis mais expressiva para a recomposição do Museu Nacional, como afirma o diretor do espaço, Alexander Kellner.
Essa é uma das principais doações, que eu posso te dizer, na história minha no Museu, que tem 25 anos, que a gente recebeu. Porque ela além de ter fosseis com uma extrema beleza, a maior parte desses fosseis já está devidamente preparada, ou seja, pronta pra pesquisa. E a gente faz um apelo que mais pessoas façam isso. O Museu Nacional pertence a todos e seria muito importante que a gente realmente se concentre na recuperação e na recomposição de nossas coleções.
Burkhard Pohl, fundador do Interprospekt Group, conta o que motivou a doação.
Já que o museu foi perdido no evento trágico, eu achei importante que o museu tenha uma coleção abrangente de fosseis brasileiros para que o público veja e para a pesquisa do cientistas. Eu espero que na próxima vez que eu venha o museu já esteja reaberto e pelo menos algumas amostras estejam expostas. E espero que outras instituições e colecionadores façam a mesma coisa, para que possamos reconstruir a coleção.
85% do acervo do Museu Nacional foi destruído no incêndio de grandes proporções há seis anos, que também destruiu o prédio.
A reabertura do espaço está prevista para o primeiro semestre de 2026. A área expositiva, que antes tinha cerca de 3.500 metros quadrados, será ampliada e terá de 6 a 7 mil metros quadrados. O número de peças em exposição vai quase dobrar, passando de 5.547 para cerca de 10 mil.