Niterói e Estado ainda vão definir valor do subsídio para linha social Charitas-Praça XV

A implantação da linha social vai ser feita a partir do dia 12 de fevereiro e a tarifa será reduzida de R$ 21 para R$ 7,70

Por João Boueri

Niterói e Estado ainda vão definir valor do subsídio para linha social Charitas-Praça XV
Estado do Rio estima um aumento na demanda de passageiros
Reprodução/CCR Barcas

O município de Niterói vai se reunir nesta quarta-feira (5) com representantes da Procuradoria-Geral do Estado e da Secretaria de Estado de Transportes para definir o valor do subsídio mensal para garantir a implantação da linha social Charitas-Praça XV.  

Na reunião, as partes vão discutir a minuta do termo preparado pelo Estado do Rio. O valor mensal deve girar entre R$ 900 mil e R$ 1 milhão e 300 mil.  

A tarifa será reduzida de R$ 21 para R$ 7,70. Com a diminuição do valor, a receita da linha também será reduzida. Por passageiro pagante, a diferença na receita tarifária será de R$ 13,30. 

A implantação da linha social vai ser feita a partir do dia 12 de fevereiro, quando o Consórcio Barcas Rio começa a operar o sistema de transporte aquaviário. No dia anterior, a concessionária CCR Barcas deixa de atuar no modal após 12 anos.  

Com as mudanças e a implantação da tarifa social, o Estado do Rio estima um aumento na demanda de passageiros. Atualmente, a média é de 3.680 pessoas por dia que utilizam a linha Charitas-Praça XV. Com o novo valor, a expectativa é de um crescimento de 120% no número de passageiros, chegando a 8.096. 

A Secretaria de Transportes e a Prefeitura de Niterói avaliam que, com tarifas mais acessíveis, pode haver uma migração de passageiros da linha Arariboia - Praça XV para linha Charitas - Praça XV. O município avalia que a mudança pode diminuir o número de automóveis no trecho entre Charitas e Araribóia, diminuindo o fluxo principalmente das vias da orla de Charitas e São Francisco, Avenida Roberto Silveira e Avenida Marquês do Paraná. 

 Um estudo técnico da Secretaria de Estado de Transportes e Mobilidade Urbana indicou que acima de 8.000 passageiros por dia, há necessidade de investimentos, como a aquisição de novas embarcações. 

Atualmente, três embarcações são usadas para operação da linha Charitas-Praça XV e uma fica reservada em caso de necessidade.  

Além disso, o documento apontou a necessidade de extinção da linha seletiva por não haver embarcações disponíveis na frota atual para duas operações e os pontos de atracação serem insuficientes.  

Para o diretor da FGV Transportes, Marcus Quintella, o Estado deve se preocupar também com os intervalos das embarcações. 

Agora, precisa ser estudada a frota para que os intervalos venham a atender o crescimento da demanda, que é natural com a diminuição do valor da tarifa pública. Então isso é também importante e o entorno da estação e todo o sistema aviário, porque ali vai ter integração. De ônibus, aplicativos, então tudo isso faz parte de uma visão sistêmica daquele novo crescimento que vai acontecer em Charitas.

O documento ainda não foi assinado pelo município e pela Secretaria de Estado de Transportes e Mobilidade Urbana, o que deve acontecer nos próximos dias. A estimativa de custeio mensal para a linha Charitas-Praça XV é de R$ 6 milhões. 

 Atualmente, o tempo estimado de Charitas-Praça XV é de 25 minutos. A linha funciona de segunda a sexta-feira. Um estudo realizado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro apontou que os horários de maior frequência relacionados à saída da viagem se concentram entre 6h e 8h. E no sentido contrário, o horário de pico se dá entre às 16h e às 19h.  

Noventa a cada 100 pessoas utilizam a linha para acessar os locais de trabalho. A faixa etária com o maior número de passageiros é dos 35 aos 55 anos de idade. 

O contrato firmado com o Consórcio Barcas Rio, que substitui a concessionária CCR Barcas após 12 anos, é de cinco anos e pode ser prorrogado pelo mesmo período. O consórcio vai pagar um valor total de R$ 1 bilhão e 947 milhões pela prestação do serviço. 

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