Nora de turista morto no Cristo Redentor denuncia despreparo em atendimento emergencial

Melissa Schiwe iniciou a massagem cardíaca na vítima e disse que a equipe do ponto turístico não sabia como realizar um suporte básico

Por Daniel Henrique

Nora de turista morto no Cristo Redentor denuncia despreparo em atendimento emergencial
Imagens de câmeras de segurança mostram o turista recebendo massagem cardíaca
Reprodução

A nora do turista gaúcho que morreu após ter um infarto fulminante no Cristo Redentor é enfermeira especializada em atendimento cardiovascular e denuncia que teve que ensinar os funcionários a realizar a compressão cardíaca. Melissa Schiwe iniciou a massagem cardíaca na vítima e disse que a equipe era despreparada e não sabia como realizar um suporte básico. Ela ainda afirma que foram quase 35 minutos de uma luta para salvá-lo com pouquíssimos recursos.

Melissa ainda diz que o posto de atendimento estava fechado, mesmo com o parque aberto, o que segundo o advogado da família, Joel Lazzarin, foi determinante para a morte de Jorge Alex, de 54 anos. 

Existe um serviço médico colocado à disposição dos usuários, mas que estava fechado, sem nenhuma justificativa e em horário de visitação. E por isso a vítima não recebeu os primeiros socorros, o que seria determinante para que a sua vida fosse preservada naquele momento. Então, a família irá buscar a devida reparação no âmbito do dano moral e do dano material.

O resgate do Samu levou 34 minutos para chegar ao local. O advogado Matheus Alves, que também faz a defesa da família, lamenta a demora no resgate em um dos principais cartões postais do país.

Além disso, sequer havia estrutura para fazer o transporte até o hospital, nem por helicóptero, nem qualquer outro, o que se vê pelas imagens que mostram claramente o tempo que decorreu sem o devido atendimento, inclusive com evidente despreparo daqueles funcionários que estavam no local. A demora é inadmissível, levando em consideração que se trata de um dos principais cartões postais do país, o Samu levar cerca de 40 minutos para chegar até o local.

Em nota, a empresa Trem do Corcovado diz que a equipe do Pronto Socorro local agiu imediatamente, inclusive com uso de desfibrilador, mas, apesar da rapidez da ação, o visitante teve um infarto fulminante, impossibilitando o salvamento.

A concessionária ainda ressalta que a unidade conta com uma equipe de profissionais treinados, habilitados e certificados a manusear o desfibrilador. Em casos mais graves, o turista é levado ao Hospital Adventista Silvestre, que fica a quatro minutos do Cristo Redentor, dentro do próprio Complexo do Corcovado.

O presidente do Trem do Corcovado, Sávio Neves, afirma que não houve negligência e que o caso foi uma fatalidade.

A Delegacia do Consumidor intimou oito representantes das empresas que gerem o local para prestar depoimento.

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