Números de afogamentos nos primeiros oitos dias do ano superam números de 2023

Segundo o Corpo de Bombeiros, foram 2.064 salvamentos até segunda-feira (8), enquanto em 2023 foram registradas 491 ações de resgate

Por Pedro Dobal

Números de afogamentos nos primeiros oitos dias do ano superam números de 2023
Em todo o ano passado, o Rio registrou 26.731 casos, número 67% maior que o de 2022
Renato Araújo/Agência Brasília/Agência Brasil

O número de casos de afogamentos no Rio de Janeiro nos nove primeiros dias do ano foi quatro vezes maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. Segundo o Corpo de Bombeiros, foram 2.404 salvamentos até esta terça-feira (9), enquanto 2023 registrou 528 ações de resgate.

Em todo o ano passado, o Rio contabilizou 26.731 casos, número 67% maior que o de 2022.  

O porta-voz dos Bombeiros, major Fábio Contreiras, explica que a combinação de dia ensolarado e mar agitado contribuiu para o aumento dos episódios de afogamento nas praias.

Entre as recomendações dos Bombeiros para evitar afogamentos nas praias, estão ficar próximo a um posto de guarda-vidas, não entrar no mar quando a bandeira for vermelha e após ingerir bebida alcoólica e não tomar banho de mar durante a noite.

No domingo (7), um homem de 38 anos morreu após se afogar na Represa do Pinel, em Nova Friburgo, na Região Serrana.

Na segunda-feira (8), um turista mineiro se afogou na Praia de Grumari, na Zona Oeste do Rio. Ele também não resistiu. Os militares também encontraram o corpo de um adolescente de 16 anos que se afogou um dia antes, na Praia da Barra da Tijuca, na mesma região.

Nesta terça-feira (9), as buscas pelo menino de 6 anos que desapareceu na Praia da Barra chegaram ao quinto dia. Edson Davi foi visto pela última vez na quinta (4), quando estava com o pai, que trabalha em uma barraca.

O major Fábio Contreiras explica que a operação ocorre ao longo de 18 quilômetros da orla da Zona Oeste. Os Bombeiros utilizam guarda-vidas, mergulhadores, quadriciclos, motos aquáticas, drone e helicópteros.

A Polícia Civil reforça as buscas com um helicóptero equipado com câmera térmica.

Uma testemunha contou que Edson pediu uma prancha bodyboard emprestada a ele três vezes e que, ao negar, a criança disse que iria para o mar de qualquer maneira. Outra testemunha disse aos policiais que viu o menino entrar na água três vezes enquanto jogava futebol e que o pai chegou a chamar a atenção do filho. Um terceiro homem, que trabalha com o pai da criança, afirmou que também pediu para o menino sair da água devido às fortes ondas.

A Delegacia de Descoberta de Paradeiros afirma que recebeu relatos de crianças semelhantes que teriam sido encontradas, mas nenhum deles foi comprovado.

Os investigadores analisam imagens de câmeras de segurança, mas a câmera da Prefeitura que fica no local não estava funcionando no dia. A principal linha de investigação da Polícia Civil é de que a criança tenha se afogado.

Em nota, o Centro de Operações da Prefeitura do Rio informou que, na última sexta-feira (5),  foram solicitadas pela Polícia Civil imagens das cinco câmeras instaladas nos postos 3, 4 e 5 da Barra da Tijuca. Segundo o COR, todas as imagens disponíveis no sistema da Prefeitura do Rio foram fornecidas no mesmo dia e que não há nenhuma imagem pendente, de qualquer câmera municipal, que falta ser liberada.

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