A obra emergencial da Prefeitura do Rio em um dos sentidos da Rua São Cristóvão, na Zona Norte do Rio, deve durar cerca de um mês. As intervenções são feitas entre as ruas Escobar e Figueira de Melo.
A reforma acontece depois que vários buracos apareceram na via, após o aumento no número de veículos circulando no bairro por causa das interdições para a construção do Terminal Intermodal Gentileza, que desviaram o grande fluxo de trânsito para ruas internas de São Cristóvão, que dão acesso a Avenida Francisco Bicalho e Avenida Brasil.
Para o aposentado Arnaldo Ferreira, de 74 anos, a Rua São Cristóvão não tinha condições de receber veículos pesados, como ônibus.
''Já estava assim há muito tempo. Desde que o Rio Joana acabou de ser feito. Ali foi colocado uma terra e um asfalto por cima e nunca mais teve ação da Prefeitura do local. O asfalto sempre foi ruim. Depois que os ônibus passaram a ser desviados para cá, a situação só piorou", disse o aposentado.
O professor de Pavimentação e Estradas do Ibmec, Filipe Nascimento, explica que a escolha de materiais para as vias é feita de acordo com clima, temperatura e nível de tráfego. Segundo ele, a vida útil da pista deixa de funcionar como esperado diante de sobrecargas de trânsito não planejadas inicialmente.
"Por vezes uma via deixa de funcionar conforme o seu plano original, o que as vezes acontece para fazer uma manutenção ou desvio temporário de tráfego, e isso, inevitavelmente, vai acarretar na diminuição da vida útil daquela via. Então tanto em termos de materiais, que os materiais ali empregados não estavam preparados, como em termos de quantidade de materiais empregados, as expessuras", explica Filipe Nascimento.
Apesar do aviso na sexta-feira (7), a obra emergencial, que começou no sábado, pegou muita gente de surpresa, como afirma o comerciante da Rua Escobar e morador de São Cristóvão, Leonardo Machado.
"Essa mudança de trânsito aqui só piorou mais a nossa rua. A gente acordou essa semana com tudo fechado aqui. O trânsito todo invertido sem avisar ninguém com antecedência. Já é a terceira vez que mudam o trânsito em menos de um mês, não mandam para a gente, chegamos aqui na segunda-feira (10), com a rua fechada", desabafou o comerciante.
Com a nova interdição parcial, o itinerário na região precisou ser alterado mais uma vez. O motorista de ônibus, Everson Oliveira, reclama das sucessivas mudanças.
"O trânsito está horrível, desde que fizeram o desvio da Francisco Bicalho jogando tudo para dentro de São Cristóvão. Tentaram dividir a pista aqui da Rua São Cristóvão e já tem outra obra, já jogaram tudo por dentro ali da Feira. Está complicado demais", disse Everson Oliveira.
A Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos explica que os veículos que seguem pela pista lateral da Avenida Brasil e querem ir para a Avenida Francisco Bicalho devem seguir pela Rua da Igrejinha, contornar o Campo de São Cristóvão e o Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, acessar a Rua Figueira de Melo, Avenida Pedro II até a Avenida Francisco Bicalho.
A pasta também esclarece que não há pontos de ônibus no trecho interditado por conta das obras. Neste itinerário provisório, os usuários vão ter mais duas opções de embarque e desembarque: nos pontos da Rua Bela, na altura do número 92, e na Rua Figueira de Melo, na altura do número 525.
A interdição não afeta os passageiros que vão para o INTO, que continuam sendo atendidos normalmente pelas linhas de ônibus do sistema municipal.