Principal válvula de vazão de água em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, o Túnel Extravasor, responsável por prevenir alagamentos na cidade, teve as obras paralisadas. A denúncia é de moradores do local. As intervenções na estrutura foram tratadas como prioridade pelo governador Cláudio Castro, após os temporais de fevereiro no ano passado, que deixaram mais de 230 pessoas mortas.
O eletricista Hélio Fragas sofreu uma fratura na perna e ficou com os movimentos comprometidos, depois que caiu em uma das crateras abertas sobre o túnel. Ele afirma que a contratação tardia das primeiras intervenções no Extravasor fez com que o Governo do Rio desperdiçasse recursos públicos.
Mesmo diante da urgência das intervenções em Petrópolis e do atraso nas obras de contenção e reestruturação do Túnel Extravasor, o governador Cláudio Castro extinguiu a Secretária de Infraestrutura, pasta responsável pelo serviço. Com a medida, as licitações para as obras atrasaram ainda mais.
No Morro da Oficina, que concentrou cerca de 70% dos mortos na tragédia de fevereiro de 2022, a Prefeitura de Petrópolis dividiu a região em três lotes. O município pretende fazer as intervenções por partes. Agora, as obras começaram da primeira área, mas os dois outros lotes não receberam qualquer obra. Depois de viver por quase quatro décadas no Morro da Oficina, Camila Lyrio decidiu se mudar para a Baixada Fluminense.
Cerca de 400 famílias vivem nessa região, mas muitas voltaram para a área de risco. Pelos números oficiais, a tragédia de fevereiro do ano passado deixou cerca de mil moradores ficaram desabrigados. Até hoje, nem o terreno destinado à construção das futuras casas foi designado.