Oitenta crianças, em média, desaparecem mensalmente no Rio. O número representa 20% do total de pessoas que somem no estado. Segundo um levantamento da Secretaria de Estado De Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, cerca de 400 pessoas desaparecem todo mês. A pesquisa foi divulgada nesta sexta-feira (24).
Uma das crianças procuradas pela família é o Jeferson. Ele desapareceu há mais de um ano, quando tinha 15 anos. A mãe, Patricia Vilela, relata a dor de não saber onde o filho está.
Luciene Pimenta Torres está há treze anos em busca de informações sobre a filha desaparecida. Luciane tinha 9 anos quando foi vista pela última vez. A mãe conta que a menina foi comprar pão perto da casa onde morava, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, quando desapareceu.
Para ajudar as famílias que procuram pelas crianças, Jovita Belfort transformou a própria busca pela filha em uma bandeira. Em 2004, Priscila Belfort saiu do trabalho no Centro da cidade para almoçar e desapareceu. Mesmo com a visibilidade do irmão, o lutador Vitor Belfort, a jovem não foi encontrada. Jovita hoje é superintendente de Prevenção e Enfrentamento ao Desaparecimento de Pessoas e Acesso à Documentação Básica, um braço da secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos. Jovita alerta sobre a necessidade de informar à Policia Civil sobre os desaparecimentos o mais rapidamente possível.
Jovita ainda lamenta que ferramentas importantes não estejam mais disponíveis, como o Alerta Pri, um serviço que disparava mensagens de texto para celulares do país, quando um registro de criança desaparecida era feito na Delegacia Especializada de Descoberta de Paradeiros.
Segundo dados do Sistema Nacional de Localização e Identificação de Desaparecidos, em 2020, oitenta mil pessoas desapareceram no Brasil. Desse total, 30 mil eram crianças.