A Polícia Civil busca informações sobre o paradeiro do CEO e do sócio de uma empresa de investimentos em criptomoedas acusada de causar um prejuízo de aproximadamente R$ 200 milhões aos clientes.

Os empresários da Alpha Consultoria são considerados foragidos. Os policiais tentaram cumprir, sem sucesso, mandados de prisão temporária contra eles, nesta segunda-feira (4), durante uma operação em Niterói, São Gonçalo e na Zona Oeste do Rio.

Sadraqui de Freitas e o sócio dele, o ex-pastor evangélico Nathan Assis de Oliveira, respondem por estelionato, associação criminosa e crime contra o consumidor.

A empresa havia sido alvo de uma denúncia da BandNews FM em agosto do ano passado, depois que dezenas de clientes procuraram a rádio quando pararam de receber os rendimentos do dinheiro aplicado.

A empresa Alpha Consultoria prometia retorno de até 30% ao mês, taxa muito acima da média no mercado, de acordo com o delegado Luiz Henrique Marques Pereira.

Os investigadores também acreditam que outras pessoas estão envolvidas no esquema, como laranjas que cediam contas bancárias para as movimentações financeiras da dupla.

Pelo menos duas mil pessoas tiveram prejuízos financeiros com o esquema. Uma vítima que não quer se identificar perdeu mais de R$ 300 mil reais investidos.

A Alpha Consultoria foi aberta em fevereiro de 2021. Meses depois a empresa começou a atrasar o pagamento dos clientes. De acordo com a Polícia, a justificativa para os atrasos era de que uma grande corretora de criptomoedas onde eram feitas as supostas operações tinha bloqueado as contas da empresa.

Ao consultarem as informações e receberem resposta oficial da corretora, os investigadores descobriram que essas contas nunca foram bloqueadas, havendo inclusive valores disponíveis para saque.

A Polícia também identificou que em poucos meses os dois sócios movimentaram mais de R$ 200 milhões em contas bancárias particulares, o que deixou claro, de acordo com os investigadores, a prática de um clássico golpe financeiro.

Tanto o CEO da empresa, quanto o sócio têm antecedentes criminais, mas nunca tinham sido presos. Sadraqui possui 30 anotações criminais por estelionato, organização criminosa, associação criminosa, lavagem de dinheiro e crimes contra a economia popular. Já o ex-pastor Nathan tem 24 anotações pelos mesmos crimes.

A defesa de Sadraqui disse que ainda não teve acesso aos autos do processo e não vai se manifestar. A BandNews FM tenta contato com os advogados de Nathan.