18 pessoas são mortas em operação no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio

Familiares denunciam que Letícia Marinho Sales, de 50 anos, foi baleada por uma policial que atirou contra o veículo que ela estava

Christiano Pinho, Amanda Oliveira

Operação acontece desde a manhã desta quinta-feira (21) Reprodução/Redes Sociais
Operação acontece desde a manhã desta quinta-feira (21)
Reprodução/Redes Sociais

A operação das polícias Militar e Civil deixa ao menos 18 mortos no Complexo do Alemão. A família de um deles acusa a PM pela morte de uma mulher. Letícia Marinho Sales, de 50 anos, estava com o namorado, que mora no conjunto de favelas, quando foi atingida.

De acordo com ele, uma policial militar atirou contra o veículo onde o casal e um primo estavam quando passavam por uma avenida que passava pelo complexo da Zona Norte do Rio. Os três seguiam para a casa de uma parente na Penha para fugir do tiroteio e teriam sido alvo dos tiros mesmo em um carro com os vidros abertos. O primo do namorado da vítima foi ferido por estilhaços. Letícia deixa três filhos. A Polícia Civil investiga o caso. A PM afirma que colabora com as investigações. 

Um policial militar também morreu durante o tiroteio na operação. O cabo Bruno de Paula Costa foi ferido por traficantes que atacaram a base da UPP Nova Brasília. Ele chegou a ser socorrido ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, mas não resistiu.

O agente tinha 38 anos de idade e estava na corporação desde 2014. Ele deixa esposa e dois filhos portadores do transtorno do espectro autista. Um outro PM ficou ferido e foi atendido na UPA da região. Pelo menos 16 suspeitos morreram.

Mais de 400 policiais participaram da ação que teve como objetivo prender foragidos da Justiça, desarticular quadrilhas de assaltantes e impedir invasões contra favelas onde atuam traficantes rivais.

O confronto entre bandidos e policiais foi intenso durante cerca de quatro horas e começou por volta das 5h30. Diversos veículos blindados e até mesmo o helicóptero das polícias foram alvo de disparos.

Unidades de saúde tiveram o funcionamento interrompido.

UNIDADES DE SAÚDE AFETADAS

Quatro unidades de saúde das zonas Norte e Oeste do Rio não funcionaram nesta quinta-feira (21), por causa de operações da Polícia Militar. 

Além da ação no Complexo do Alemão, os agentes também atuam nas comunidades Barão, Bateau Mouche, Caixa D'Água, Covanca, Santa Maria e Jordão, e também nas regiões dos bairros Piedade, Praça Seca, Jacarepaguá e Taquara

A Corporação também realiza ação no Morro do Fubá, entre os bairros de Cascadura, Quintino Bocaiúva e Campinho, e nos Morros do Juramento e Juramentinho, em Vicente de Carvalho e Tomaz Coelho.

Por esse motivo, a Clínica da Família Bibi Vogel e o Centro Municipal de Saúde Ariadne Lopes de Menezes, em Engenho da Rainha; a Clínica da Família Herbert de Souza, em Tomaz Coelho; e, a Policlínica Rodolpho Rocco, em Del Castilho, estão com funcionamento suspenso.

O CMS Mario Olinto De Oliveira, na região de Cascadura, mantém o atendimento à população, mas suspendeu as atividades externas, como as visitas domiciliares.

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