Pacientes do Hospital dos Servidores voltam a sofrer com falta de materiais no atendimento

Chefes do CTI da unidade reportaram em um grupo do setor os problemas

Por Gabriela Morgado

Pacientes do Hospital dos Servidores voltam a sofrer com falta de materiais no atendimento
Hospital Federal dos Servidores do Estado
Divulgação

Funcionários do Hospital Federal dos Servidores do Estado, na Zona Portuária do Rio, voltam a denunciar a falta de materiais. Insumos como algodão, álcool, esparadrapos, protetores de colchão e até sondas para aspiração estão em falta. Nesta terça-feira (21), chefes do CTI da unidade reportaram em um grupo do setor os problemas. 

Um servidor, que preferiu não ser identificado e teve a voz distorcida, conta que o problema se intensificou nos últimos dois anos. Ele afirma que os familiares dos pacientes acabam tendo que comprar materiais.

De dois anos para cá, a falta de material tem dificultado bastante o trabalho dos profissionais. Recebemos agora no grupo de WhatsApp um comunicado do almoxarifado, do setor de compras, que não tem para dispensar álcool, algodão, sonda de aspiração e inúmeros outros materiais. Setores com pacientes críticos, como CTI, pós-operatório, sofrem diretamente com esse desabastecimento. O problema está que a direção do hospital simplesmente nega. Tem uma atitude que, ao meu ver, é criminosa. Se faz uma ouvidoria, eles respondem da mesma maneira, que não há desabastecimento. Só que nós recebemos das nossas chefes nos grupos que não tem o material. Os familiares, quando acompanham seus pacientes, veem a nossa dificuldade em conseguir o material. Acabam, quando podem, comprando para que o seu familiar tenha o material para ser atendido da melhor maneira possível.

Em outubro do ano passado, a BandNews FM denunciou que funcionários do Hospital dos Servidores estavam racionando materiais, por causa da falta de insumos. Cada profissional tinha acesso apenas a um kit com número restrito de equipamentos, para ser usado em um plantão de 12 horas, o que não era suficiente, segundo eles.

Na época, a direção da unidade negou o problema.

Em nota, nesta quarta-feira (22), o hospital disse que a unidade está abastecida e que não há qualquer prejuízo ao atendimento. A direção afirmou ainda que, devido a fatores já previstos, como o recesso de fim de ano, que afeta a entrega de alguns fornecedores, houve redução de alguns insumos em estoque, fazendo com que o hospital reforçasse a campanha de rotina sobre o uso responsável, a fim de evitar desperdícios, mas que o fornecimento já está sendo regularizado.

Em abril do ano passado, as compras das unidades federais passaram a ser centralizadas no Departamento de Gestão Hospitalar. Antes, os pedidos eram feitos por cada hospital. Durante 2024, após inúmeros relatos de falta de estrutura e profissionais, duas das seis unidades federais no Rio foram municipalizadas e uma delas passou a ser administrada pelo Grupo Hospitalar Conceição, vinculado ao Ministério da Saúde.

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