Sem dinheiro para continuar pagando uma explicadora, os pais de um jovem autista, de 20 anos, lutam para fazer valer o direito de conseguir ver o filho formado.
Matriculado na Escola Estadual Antônio Houaiss, no Méier, na Zona Norte do Rio, o jovem está com dificuldades em acompanhar a turma, da 3ª série do Ensino Médio. O motivo? A unidade escolar não cumpre a lei e o aluno não conta com acompanhamento especializado, conforme obriga a legislação federal, de 2012.
O pai do aluno, José Carlos Duarte, de 65 anos, é aposentado e conta que, enquanto a família pode, arcou com as despesas com o reforço de ensino para o jovem, mas cuja obrigatoriedade legal é da escola.
Em 2 de abril, Dia Mundial de Conscientização do Autismo, a BandNews FM já havia falado sobre a falta de profissionais capacitados nas redes municipais de ensino do Rio e de São Gonçalo, que têm utilizado estagiários para, sozinhos, desempenharem as monitorias. O objetivo da data é chamar a atenção para a necessidade de se discutir políticas públicas para inclusão de pessoas nestas condições.
Dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças, órgão ligado ao governo dos Estados Unidos, mostram a importância do tema. O órgão mostrou que existe hoje um caso de autismo a cada 110 pessoas. Dessa forma, a estimativa é que, entre os cerca de 200 milhões de habitantes no Brasil, mais de dois milhões sejam autistas.
No país, de acordo com Ministério da Educação, em 2018, foram registradas quase 180 mil matrículas de estudantes com autismo na educação básica.
Sobre a falta de acompanhamento especializado na Escola Antônio Houaiss, a Secretaria Estadual de Educação foi procurada, mas não se pronunciou. No início do mês, a Secretaria Municipal de Educação do Rio disse que tem atuação de referência no Brasil com alunos público-alvo da educação especial e que está contratando mais dois mil e 500 estagiários para apoiar no atendimento.
A BandNews FM até hoje não recebeu retorno da Prefeitura de São Gonçalo.