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Parentes de idoso levado morto a um banco criticam deboche associado ao caso

Paulo Roberto Braga não apresentava sinais vitais quando entrou na agência bancária

Fernanda Caldas e Ádison Ramos

Paulo Roberto Braga, de 68 anos, aparece com a cabeça para trás
Paulo Roberto Braga, de 68 anos, aparece com a cabeça para trás
Reprodução

Um familiar de Paulo Roberto Braga, levado morto a um banco na Zona Oeste do Rio, critica os deboches em relação ao caso e diz que o idoso está sendo motivo de chacota.  

Os parentes de Erika Vieira Nunes, sobrinha de Paulo que o levou ao banco, conversaram com o jornalismo da Band. Erika está presa preventivamente.

O filho dela, Lucas Nunes dos Santos, lamentou a falta de sensibilidade com a situação, principalmente nas redes sociais.

Imagens de câmeras de segurança flagraram Erika entrando com o idoso, de 68 anos, na agência bancária, em Bangu, para retirar um empréstimo. Na gravação, ela aparece segurando a nuca dele diversas vezes.

Para a Polícia Civil, Paulo Roberto já estava morto quando chegou à instituição.

A família de Erika acredita que ela não percebeu o óbito. O filho dela, Lucas Nunes, ressalta que Paulo chegou a ser deixado sozinho em certos momentos com funcionários do banco, que também não teriam percebido a morte.

Erika é investigada por vilipêndio a cadáver, que é menosprezar o corpo de uma pessoa morta, e por furto mediante fraude. 

A defesa de Erika alegou que a cliente tem problemas psiquiátricos e apresentou dois pedidos de internação feitos por médicos de uma clínica particular, um em 2022 e outro no ano passado. A advogada ainda afirmou que vai pedir uma nova avaliação do estado psicológico e psiquiátrico de Erika. 

Segundo a irmã dela, Renata de Souza Vieira, Erika tinha alucinações. Ainda de acordo com Renata, Erika estaria apenas ajudando o tio, já que o dinheiro do empréstimo, R$ 17 mil, seria usado para uma reforma na garagem da casa de Erika, onde Paulo estava vivendo.

Segundo a família, Paulo Roberto passava a maior parte do dia na garagem, porque estava doente, e os parentes não conseguiam levá-lo frequentemente para o segundo andar da casa, onde fica o quarto. Ele também tomava sol no local.

Ainda segundo os relatos, Paulo Roberto morava com a família há mais de quarenta anos. Ele não se casou e nem teve filhos. Ainda de acordo com os familiares, o empréstimo foi solicitado por Paulo em março deste ano, antes da internação devido a uma infecção pulmonar.

Nesta semana, mais testemunhas devem ser ouvidas pela Polícia Civil.