Pode pegar até 26 anos de prisão, o líder do grupo religioso radical preso nesta quinta-feira (24), pela Polícia Federal, no Santo Cristo, na Região Central do Rio. O pastor Tupirani da Hora Lores é conhecido por promover discursos de ódio contra o povo judeu. Ele foi localizado em casa onde também fica a sede da Igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo.
A ação foi coordenada pelo Grupo de Repressão a Crimes Cibernéticos. Além do cumprimento do mandado de prisão preventiva, os policiais federais também apreenderam o celular dele.
O nome da operação, "Rófesh", em hebraico, significa liberdade, fazendo alusão às recentes discussões sobre os limites da liberdade de expressão. De acordo com as investigações, Tupirani produziu e publicou diversos vídeos com ataques diretos aos judeus e membros de outras religiões.
Em março do ano passado, o pastor já havia sido alvo de uma operação da Polícia Federal que cumpriu mandados de busca e apreensão. Em um vídeo gravado durante um culto em 2020, Tupirani afirma que os judeus deveriam ser envergonhados como foram na 2ª Guerra Mundial.
Em nota, a Federação Israelita do Estado do Rio e a Confederação Israelita do Brasil parabenizaram a Polícia Federal. Para o presidente da FIERJ, Alberto Klein, a prisão representa a certeza de que o crime não ficará impune.
Mesmo depois da primeira operação, o pastoTR voltou a fazer ataques racistas, machistas e homofóbicos durante um culto na igreja, em agosto do ano passado. Além dos crimes de racismo e ameaça, o investigado responderá por incitação e apologia de crime.
O pastor Tupirani da Hora Lores foi o primeiro condenado no Brasil por intolerância religiosa, em 2008. A reportagem não conseguiu contato com a defesa dele.