Pelo menos 30 pessoas são presas acusadas de roubar celulares e extorquir vítimas

A investigação aponta que os bandidos pressionavam violentamente as vítimas para obter senhas e acessos aos dispositivos

Por Clara Nery

Pelo menos 30 pessoas são presas acusadas de roubar celulares e extorquir vítimas
Os agentes tentam cumprir 43 mandados de prisão
Reprodução/PCERJ

Sobe para 30 o número de pessoas presas durante operação da Polícia Civil nesta terça-feira (18), contra uma organização criminosa que praticava roubo de celulares e extorsão das vítimas para desbloqueio dos aparelhos.

A Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados tem como objetivo cumprir 43 mandados de prisão preventiva contra integrantes do grupo que faz parte da facção Comando Vermelho.

Após interceptações telefônicas, as investigações revelaram que o grupo não apenas roubava os dispositivos, mas pressionava violentamente as vítimas para obter senhas.

As ameaças aconteciam de forma direta, através da intimidação psicológica e coação financeira, com exigência de pagamentos ou informações sob a ameaça de represálias.

A estratégia tornava o esquema ainda mais lucrativo, já que garantia acesso a contas bancárias e aplicativos financeiros das vítimas. Além disso, dispositivos desbloqueados têm maior valor de revenda.

A investigação ainda aponta que os roubos aconteciam em áreas de grande movimentação, como Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, Calçadão de Bangu, na Zona Oeste, e Central do Brasil, no Centro da Cidade.

Para garantir exclusividade no fornecimento, os chefes do esquema entregavam armas aos assaltantes, eliminando intermediários e estabelecendo vínculos diretos com traficantes que autorizavam os roubos em troca de parte dos lucros.

Os bandidos usavam armas de fogo e ameaçavam expor dados pessoais das vítimas, incluindo endereços e nomes de familiares.

Os criminosos ainda podiam usar informações adquiridas na chamada "dark web", pressão psicológica e até aplicar o golpe conhecido como "phishing", que consiste no envio de mensagens falsas que induziam vítimas a inserir credenciais em sites fraudulentos, permitindo que os criminosos desbloqueassem os celulares e acessassem aplicativos bancários.

Quando esses métodos falhavam, os celulares eram desmontados e vendidos como peças para assistências técnicas clandestinas.

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