Pesquisa aponta falhas na atenção básica de saúde do Rio

O Rio tem a menor taxa do país, seguido pelo Distrito Federal e São Paulo

Por Guilherme Faria (sob supervisão)

Apenas 57% da população do estado do Rio tem acesso à cobertura de atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS). É o que aponta um levantamento do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde, divulgado nesta semana. O Rio tem a menor taxa do país, seguido pelo Distrito Federal e São Paulo, com 63% cada.

Os dados do Rio refletem o mau desempenho da Região Sudeste, que registrou apenas 69% de acesso à cobertura de atenção básica. As regiões Nordeste, com 87%, e Sul, com 83%, tiveram os melhores índices. A pesquisadora Helena Arruda, uma das responsáveis pelo levantamento, explica a importância do acesso ao tratamento adequado na rede pública de saúde:

 "O índice de cobertura da Atenção Básica é especialmente importante, visto que ela é a porta de entrada da população para o SUS. É na Atenção Básica que são feitas diversas ações de prevenção e acompanhamento de doenças. Esses dados são muito importantes para entendermos a situação da saúde também do Rio quanto de outros estados e pensar políticas que possam ajudar na melhora da saúde local", explica a pesquisadora.

O instituto utilizou dados da Atenção Básica de Saúde de estados e municípios entre os anos de 2010 e 2021. Além da taxa de cobertura, os índices de imunização contra a poliomielite e de atendimento pré-natal adequado também estão entre os indicadores analisados.  

A pesquisadora Helena Arruda destaca, ainda, que, apesar de seguir a tendência da região Sudeste, o Rio de Janeiro tem piores índices de vacinação e atendimento pré-natal, se comparado aos outros estados.

 "Em relação aos resultados, a baixa cobertura da Atenção Básica no estado do Rio de Janeiro se sobressai. Ela cobriu apenas 57,2% da população fluminense e refletiu, na verdade, uma realidade da região Sudeste como um todo. Por outro lado, diferente de outros estados da região, os porcentuais de cobertura vacinal para poliomielite e os índices de pré-natal adequado no Rio de Janeiro foram muito abaixo do esperado", detalha Helena Arruda.

No Rio, apenas 56% da população-alvo foi vacinada contra a poliomielite em 2021 e mais de 30% das gestantes tiveram atendimento pré-natal deficiente. Os índices preocupam os especialistas, que consideram a Atenção Básica como fundamental para a identificação rápida e o tratamento adequado de doenças.

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