Na chamada Rua do Túnel, no bairro Quissamã, parte de uma fábrica de bolos desabou. O proprietário, Carlos Vizani, mora na casa que fica em cima. Conseguiu sair a tempo de tirar o carro dele, mas agora contabiliza os prejuízos: pelo menos 200 mil reais só em máquinas e equipamentos que perdeu.
O temporal de domingo (20) só piorou a situação no local. A rua já tinha cedido na tragédia de 15 de fevereiro. Os buracos chegaram a ser tapados pela prefeitura, mas não resistiram. Arua fica em cima de uma galeria pluviométrica, que escoa a água do rio. Moradores foram orientados a sair.
O Governo do Rio anunciou um pacote de obras emergenciais para os pontos afetados. R$ 40 milhões vão ser liberados só para as intervenções da Rua Quissamã. Mais uma vez, Petrópolis é ocupada por funcionários e máquinas que limpam o cenário tomado por lama, destroços e muito lixo. A vida dos moradores segue numa rotina que ainda não voltou ao normal. Foi mais um dia sem aulas nas escolas, vacinação contra a Covid ainda suspensa e trânsito com várias ruas interditadas. Raquel Cabral, que está desempregada, lamenta pela situação da cidade.
Na Rua Teresa, a rocha de 6 mil toneladas está sendo monitorada pela prefeitura por meio de um sensor que pode indicar qualquer movimentação. O equipamento foi instalado na última semana, medida que não afasta o medo do aposentado Antônio dos Santos Cassiano, que mora ali perto.
Depois de reviver o terror de uma nova tempestade, Petrópolis permanece em luto. Uma cidade que convive com o risco enquanto tenta se reerguer.