A Polícia Civil analisa imagens de uma câmera de segurança que registrou o momento exato da batida entre dois carros que terminou com a morte de um bebê em Niterói, na Região Metropolitana do Rio.
O vídeo mostra o carro da família saindo devagar de um estacionamento e sendo atingido, logo depois, por outro veículo que passava em alta velocidade na via. O acidente aconteceu por volta das 20h20 na véspera de Natal. O pequeno Davi, de apenas um mês e meio, estava na cadeirinha, no banco de trás. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu.
O condutor que provocou o acidente, Lucas Alves Motta de Azeredo Araújo, confessou que bebeu sete chopps antes da batida e fez o teste de alcoolemia. Segundo a polícia, o exame comprovou a ingestão de bebida alcoólica, mas sem alteração das capacidades psicomotoras. Como a legislação de trânsito brasileira apenas prevê como crime a ingestão de bebida quando há essas alterações, Lucas foi ouvido, mas vai responder em liberdade por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar, e por lesão corporal culposa, já que os pais do bebê também ficaram feridos.
Para Armando de Souza, ex-presidente da Comissão de Trânsito da OAB Nacional, a legislação atual não é a melhor, mas a que foi possível ser criada no Congresso Nacional. Segundo ele, o que falta é a aplicação correta da lei.
“O Código de Transito Brasileiro se alicerça em um binômio de educação e legislação. É preciso que haja um convencimento da sociedade que a lei é benéfica para a pessoa e portanto deve obedecer a lei. Em segundo lugar é a fiscalização: uma fiscalização que puna aquela pessoa, concomitantemente com a educação. Desobedeceu, vai ser punido", afirma Armando
Essa não foi a primeira vez que Lucas Araújo se envolveu em um acidente de trânsito com morte. Segundo a Polícia Civil, ele já havia sido indiciado em outro caso que resultou na morte de um motociclista em janeiro do ano passado.