Polícia Civil faz perícia após morte de médica da Marinha no Hospital Naval Marcílio Dias

Cerca de 80 policiais atuam no conjunto de favelas do Lins no início da manhã desta sexta-feira (13), com apoio de helicóptero blindado

Por João Boueri

Polícia Civil faz perícia após morte de médica da Marinha no Hospital Naval Marcílio Dias
Atuação da Polícia Civil nas primeiras horas da manhã nesta sexta-feira (13)
Imagens Cedidas

A Polícia Civil realiza uma operação no Complexo do Lins, na Zona Norte do Rio, para realizar uma perícia no local de onde teria partido o disparo que matou a capitão de Mar e Guerra, do Hospital Marcílio Dias, Gisele Mello. Cerca de 80 policiais atuam no conjunto de favelas no início da manhã desta sexta-feira (13), com apoio de helicóptero blindado. 
 
Segundo as investigações da Polícia, o tiro que atingiu a médica partiu de bandidos que estavam em uma das comunidades da região e tinham como alvo um blindado da Polícia Militar na comunidade do Gambá. A informação foi confirmada após a análise da trajetória do projétil. 
 
Na casa de onde saiu o disparo, uma mulher mora com três filhos. Todos negam envolvimento no caso e que souberam da morte da médica pela imprensa. A diarista Vanessa Lopes conversou com a reportagem da BandNews FM. A moradora conta que começou a tomar medicamentos em meio ao nervosismo. Ela disse que ficou surpresa quando soube que o disparo pode ter partido da casa dela. 

Falei, meu Deus, como assim? Na mesma hora foi um com susto, um pânico, passei mal. Falei, meu Deus, eu sei o que é que eu faço e fiquei desesperada. Casa de bem, de trabalhadores. Estiveram na minha casa, entraram, tiraram foto e filmaram. 

Na perícia inicial, os investigadores identificaram pelo menos três disparos na Escola de Saúde da Marinha, onde a vítima participava de uma cerimônia no auditório do prédio. Dois tiros atingiram a parede e um atravessou a janela e acertou a cabeça de Gisele Mello, na terça-feira (10). 
 
O corpo de Gisele foi cremado na tarde de quinta-feira (12), em cerimônia privada. A ação da Polícia Civil acontece um dia após o início da ocupação da área militar do Lins por tempo indeterminado. Já no início da manhã desta sexta-feira (13), moradores da região relataram tiroteio no conjunto de favelas. 
 
A área militar do Lins é ocupada por 250 fuzileiros navais e oito veículos blindados.  

A ocupação da Marinha na área adjacente ao Hospital Naval Marcílio Dias, é prevista em lei para proteção de área militar, com limite máximo de pouco menos de um quilômetro e meio de distância da unidade. Dentro dessa área, estão favelas do Complexo do Lins, que fica no entorno do hospital e é dominado pelo Comando Vermelho, e parte do Méier, bairro vizinho. A permanência da Marinha vai acontecer por tempo indeterminado. 
 
Pelas redes sociais, a família pediu mais segurança. Um dos filhos de Gisele fez 22 anos no mesmo dia da morte da mãe. 

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