Polícia e MP descobrem que quadrilha de roubo de cargas se passava por vítimas

Os policiais descobriram que funcionários da própria empresa faziam parte de um dos núcleos da associação criminosa. O outro era formado por proprietários de transportadoras e motoristas

Nicolle Timm

Polícia e MP descobrem que quadrilha de roubo de cargas se passava por vítimas Divulgação/Polícia Civil
Polícia e MP descobrem que quadrilha de roubo de cargas se passava por vítimas
Divulgação/Polícia Civil

Integrantes de uma quadrilha especializada no roubo de cargas se passavam por vítimas dos próprios crimes para lucrar duas vezes: com os produtos desviados e o valor do seguro. O esquema foi descoberto pela Polícia Civil e o Ministério Público do Rio, que cumpriram 18 mandados de busca e apreensão na Região Metropolitana e no Interior, nesta quarta-feira. Dois homens foram presos em flagrante.

A investigação identificou o furto qualificado de aproximadamente 200 toneladas de resina PET reciclada. O prejuízo para a empresa responsável pelo material é estimado em três milhões de reais. Foi após a denúncia da companhia que o esquema entrou na mira da polícia, de acordo com a delegada Juliana Emerique.

Os policiais descobriram que funcionários da própria empresa faziam parte de um dos núcleos da associação criminosa. O outro era formado por proprietários de transportadoras e motoristas.

O grupo usava plataformas online de transporte rodoviário de cargas para anunciar os supostos serviços. Um motorista, então, negociava com os interessados e carregava o caminhão. Depois ele ia até a delegacia denunciar o suposto roubo da carga, enquanto outra pessoa assumia o controle do veículo e desviava o carregamento.

Assim, os criminosos ficavam com a carga roubada e com o valor do seguro. Entre os materiais apreendidos nesta quarta estão 14 celulares, notas fiscais e documentos. Doze pessoas foram indiciadas, entre elas os dois presos.

Um deles é Achilles Coelho Alamo, acusado de ser motorista da quadrilha. Ele foi levado para a delegacia por posse ilegal de arma de fogo. O outro preso é Mário Luiz Simões, dono de uma das empresas de transporte envolvidas no esquema. Os agentes perceberam que o celular dele era roubado e ele foi detido por receptação. Os dois já tinham passagem. A BandNews FM tenta contato com as defesas deles.

Os investigadores já sabem também que integrantes da quadrilha têm vinculo com outros investigados envolvidos em dezenas de fraudes do tipo, principalmente contra empresas do ramo do alumínio e do ferro, com prejuízo de cerca de R$ 2 milhões. A Justiça do Rio determinou o compartilhamento de provas após a identificação de ao menos quinze registros de ocorrência relativos a falsos roubos.

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