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Polícia encaminha ao MP inquérito sobre agressão de tenente do Exército à esposa

Vítima denunciou Gean Franque da Silva e crimes passaram a ser investigados pela Delegacia de Atendimento à Mulher

Thuany Dossares

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Marcas das agressões sofridas por Patrícia
Reprodução

A Polícia Civil já encaminhou para o Ministério Público do Rio o inquérito que investiga um tenente do Exército por agredir a esposa em São Gonçalo. Os crimes passaram a ser investigados pela Delegacia de Atendimento a Mulher (Deam) São Gonçalo, no dia 13 de junho, depois que a vítima tomou coragem para denunciar Gean Franque da Silva.

Patrícia Coutinho contou que no início, o oficial era muito carinhoso e que fazia de tudo para agrada-la, mas também se demonstrava muito ciumento, possessivo e controlador. Segundo Patrícia, as agressões começaram em maio de 2019, logo no primeiro mês após o casal começar a morar juntos.

"As agressões foram logo depois que nós fomos morar juntos. Ele já gritava muito comigo, agressão psicológica, me impressionava muito, me cobrava muito. Em maio aconteceu a primeira agressão física. Ele me deu um tapa muito forte na mão, minha unha quebrou e sangrou. De lá para cá, as agressões foram aumentando. Começou com um tapa na mão, depois um tapa no rosto, depois um puxão de cabelo, gritos, xingamentos, sempre por ciúmes. As agressões foram ficando mais intensas, ele começou a dar soco na minha cabeça, soco nas minhas costas, muito tapa na cara, me arrastava pelo cabelo. Sempre batia na cabeça, nas costas, para não deixar marcas", narrou Patrícia

A comerciante afirma que sofreu com muitas ameaças de morte, agressões físicas e psicológicas por mais de três anos. Ela diz que no início, acreditou que pudesse haver alguma mudança. Mas depois, não conseguiu sair do relacionamento porque Gean a tornou totalmente dependente financeira dele.

"Eu sempre trabalhei a vida inteira, mas depois ele não deixou mais eu trabalhar. Todos os empregos que eu arrumava ele inventava uma desculpa para eu não ir, porque eu ia lidar com homens na empresa, porque o dono era homem e só queria me contratar por meus atributos físicos. Quis voltar a estudar, e ele dizia também que não tinha como porque eu ia ter professores homens, colegas homens. Me tornou, assim, 100% dependente financeira dele e isso foi uma das coisas que me impediu de sair do relacionamento. Primeiro porque eu o amava muito, era completamente apaixonada por ele. Mas eu parei de viver, ele me afastou de todo mundo", disse ela

Depois de não aguentar mais ser refém da violência, Patrícia passou a filmar as agressões. No último dia 13 de junho, um dia depois o dia dos namorados, ela chamou a polícia depois de mais uma agressão. Ela conta que enquanto aguardava a viatura, o marido arrumou uma mala e fugiu.

"No dia 13 ele já acordou gritando, me xingando, ele me xingava de tudo que é nome, me chamava de coisas horríveis. Ele começou a quebrar as coisas e eu peguei o meu celular para filmar. Ai ele foi para cima de mim, pegou o celular, me arrastou pelos cabelos, tentou me enforcar, me deu soco na cabeça, tapas no rosto. Ali eu não aguentei mais. Eu estava muito magoada. Era um dia pós dia dos namorados, dia 12 foi pesado, a gente estava brigando, e é uma data simbólica para os casais, importante. Estava magoada e chamei a polícia", falou Patrícia

Segundo Patrícia, após registrar o crime na Deam de São Gonçalo, ela conseguiu uma medida protetiva para que o militar não se aproxime dela. Ela afirma que Gean chegou a ir na delegacia para prestar depoimento dias depois, mas disse que só falaria em juízo.

Procurado, o Comando Militar do Leste (CML) respondeu que após ser aberto processo investigatório pelos Órgãos de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro contra o militar, a fim de apurar as circunstâncias do fato foi instaurado também processo administrativo pelo Exército Brasileiro.

Cabe reiterar que a Instituição não compactua com qualquer tipo de irregularidade, repudiando veementemente atitudes e comportamentos em conflito com a lei, com os valores militares ou com a ética castrense.

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