Familiares da jovem de 21 anos encontrada morta em Magé, na Baixada Fluminense, depois de 11 dias desaparecida criticam a decisão da Justiça que negou a prisão de dois suspeitos do crime.
Camille Vitória Pereira Rodrigues saiu de casa em Anchieta, na Zona Norte do Rio, no dia 5 de julho, e o corpo só foi encontrado na terça-feira (16), em uma área de mata.
Segundo as investigações, Camille recebeu uma proposta de trabalho em que deveria tirar fotos e vídeos para comprovar que uma mulher estaria traindo um homem. O serviço teria sido oferecido por João Domingos Valente, zelador de um clube do bairro onde ela morava, após contato feito pelo ex-policial militar Ednalvaro Maia Rocha.
Os dois são considerados suspeitos. A Polícia Civil pediu a prisão deles, o que foi negado pela Justiça do Rio, que entendeu que ainda não há provas suficientes que indiquem os dois como os responsáveis pela morte de Camille. Apesar do possível envolvimento da dupla, os suspeitos negam qualquer tipo de participação no homicídio.
A avó de Camile, Regina Manhães, faz um apelo por justiça.
A mãe da jovem, Janaína Monteiro, ressalta que Camille era mãe de três filhos.
O corpo de Camille foi localizado em estado avançado de decomposição após o ex-PM suspeito do crime ter levado os agentes até o local.
Em depoimento, ele contou que se encontrou com a vítima e com outro homem na Central do Brasil, no dia 5 de julho. Depois, eles teriam entrado em um carro e ido até o Shopping Caxias, na Rodovia Washington Luiz, onde um homem de terno teria entrado no veículo.
Segundo Ednalvaro, os quatro teriam ido até Magé, mas o ex-PM teria descido no meio da BR-116 e seguido a pé. Ednalvaro disse que viu o carro parar em uma estrada próxima e o homem de terno colocar o dedo no rosto de Camille e dar tapas nela.
Ele disse que voltou ao local no dia seguinte e encontrou um corpo enrolado em um edredom perto de algumas árvores. O suspeito afirmou que, por medo, não contou a ninguém e decidiu descartar o próprio celular.
O corpo de Camille foi velado no Cemitério de Ricardo de Albuquerque, na Zona Norte do Rio, na tarde desta quarta-feira (17). Segundo a Polícia Civil, as investigações continuam para identificar outros suspeitos.