Polícia investiga possível erro médico durante procedimento cirúrgico e estético na Zona Norte

Luciene de Souza, de 27 anos, se internou para realizar implante de próteses de silicone nos seios

Por João Boueri

Polícia investiga possível erro médico durante procedimento cirúrgico e estético na Zona Norte
O procedimento foi feito pela cirurgiã plástica Sandra Patrícia Naranjo Gonzalez
Reprodução

A Polícia Civil investiga um possível erro médico durante um procedimento cirúrgico e estético no Hospital Semiu, na Vila da Penha, na Zona Norte do Rio. O caso teria acontecido em julho do ano passado, quando a autônoma Luciene de Souza, de 27 anos, se internou para realizar implante de próteses de silicone nos seios. 
 
Segundo o registro de ocorrência feito na Delegacia de Vicente de Carvalho, a paciente saiu do centro cirúrgico e teve parada cardíaca. Luciente também estava sem audição, movimentos dos membros inferiores e com parte da visão comprometida. Quinze dias depois, os seios estavam necrosados, segundo a família da paciente. 
 
O procedimento foi feito pela cirurgiã plástica Sandra Patrícia Naranjo Gonzalez. A paciente também acusa a médica de negligência durante o período de 1 mês de recuperação por não ter feito o acompanhamento devido durante a permanência no Hospital Semiu. 
 
Nove meses depois, Luciene de Souza teve que retirar as mamas, ainda utiliza sonda vesical para drenar a urina e tem dificuldades para enxergar, além de utilizar cadeira de rodas para se movimentar. 
 
A tia dela, Cristiana Luiza da Silva, afirma que até hoje precisa ajudar a sobrinha para se sentar na cadeira de rodas. 

A Luciene tá debilitada, não escuta, não enxerga, a Luciene só tá 40% da visão, né? E a Luciene não anda, a Luciene se encontra até hoje de sonda, foi abandonada pela doutora. A Luciene estava acamada, a Luciene não estava sentando, né? Hoje, até pra botar a Luciene na cadeira de roda, você tem que ir por trás para poder levantá-la por debaixo do banco dela.

O que para ser um sonho virou um pesadelo para Luciene de Souza, que juntou cerca de R$ 20 mil para consultas, exames e o procedimento cirúrgico. Após receber alta médica, a autônoma ficou na casa da tia que possui mais espaço para os cuidados médicos. 
 
Para o cirurgião plástico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Fernando Amato, esse tipo de procedimento pode gerar infecção e rejeição do corpo estranho, no caso a prótese. 
 
Segundo a família, a médica Sandra Patrícia encaminhou a paciente para o Hospital Municipal Souza Aguiar para a retirada das próteses e realizar exames. 
 
Procurados, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio, o Hospital SEMIU, a Secretaria Municipal de Saúde e a cirurgiã plástica Sandra Patrícia Naranjo Gonzalez ainda não se posicionaram. 

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