O ex-padrasto do menino de 7 anos preso, suspeito de envenenar a criança na comunidade Primavera, em Cavalcanti, na Zona Norte do Rio, cometeu o crime para, em seguida, salvar a criança e tentar reatar com a ex-companheira. A informação é da Polícia Civil.
Rafael da Rocha Furtado, de 26 anos, deu um açaí envenenado a Benjamin Rodrigues Ribeiro. Ele chegou a consolar a família no hospital onde a criança ficou internada. O menino não resistiu.
O açaí foi compartilhado com o colega, Ythalo Raphael Tobias Rosa, de 6 anos, que também foi envenenado e morreu no mesmo dia do crime. O caso ocorreu em setembro.
Inicialmente, a polícia acreditava que as crianças tinham comido um bombom com veneno oferecido por uma mulher, conforme indicavam testemunhas. Mas a nova linha de investigação aponta que Rafael colocou no açaí uma substância tóxica encontrada no chumbinho e deu para o enteado comer.
Após 40 horas de análise de imagens de câmeras de segurança, policiais da Delegacia de Homicídios da capital fluminense passaram a desconfiar da versão inicial de que uma mulher desconhecida teria oferecido um bombom envenenado a um dos meninos. Os depoimentos de familiares também foram cruciais para a mudança da linha de investigação.
Os relatos em sede policial do avô, pai e mãe do menino ajudaram a direcionar a investigação para Rafael como suspeito de cometer o crime. O pai de Benjamim afirmou que a criança tinha intolerância à lactose e que não costumava aceitar comida oferecida por pessoas desconhecidas. Rafael estaria entre as pessoas que costumavam oferecer comida e bebida ao menino.
O pai de Benjamim disse que Rafael chegou a agredi-lo em uma festa da família da criança. Segundo ele, o suspeito do crime era muito ciumento e não admitia "perder" a esposa.
A mãe de Benjamin confirmou a informação na delegacia. Ela disse que terminou a relação com Rafael logo após essa agressão e que ele seguia tentando se aproximar dela para uma reconciliação, se utilizando do carinho que Benjamim tinha por ele.
Já o avô da criança relatou à polícia ter visto Benjamim com Rafael, após o horário escolar, e que a criança estava com uma garrafa de açaí batido já aberta na mão.
Rafael se entregou à polícia. A prisão dele é temporária.