Polícia vai investigar relação de ex-PM com estelionatários que agiam no Leblon

Mauro foi preso nesta segunda-feira (6), em apartamento de luxo no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste; ele é acusado de ter envolvimento com a milícia do Terreirão e de Curicica

Thuany Dossares

Polícia vai investigar relação de ex-PM com estelionatários que agiam no Leblon Divulgação/Polícia Civil
Polícia vai investigar relação de ex-PM com estelionatários que agiam no Leblon
Divulgação/Polícia Civil

A Polícia Civil vai investigar a relação do ex-PM Mauro Ferreira Alves Júnior, de 38 anos, com estelionatários que agiam no Leblon, Zona Sul do Rio, e que foram presos em maio.

Mauro foi preso nesta segunda-feira (6), em apartamento de luxo no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste. Ele é acusado de ter envolvimento com a milícia do Terreirão e de Curicica.

Os agentes da Delegacia do Leblon chegaram até o ex-PM após denúncias relacionadas a fraudes de cartões de crédito. Segundo a delegada Daniela Terra, os fraudadores e Mauro frequentavam os mesmos lugares.

No imóvel dele, os agentes encontraram cadernos e papéis com a descrição das vítimas de extorsão. As anotações eram bem organizadas e ricas em detalhes: eram divididas por região e continham informações do tipo de estabelecimento, valores a serem cobrados e até mesmo o dia da semana que o recolhimento do dinheiro era feito. Para a delegada Daniela Terra, com o material apreendido não restou dúvida de que o ex-PM é miliciano.  

Os policiais ainda apreenderam duas armas de fogo, munições, granada, coletes à prova de balas e porretes. Os investigadores acreditam, inclusive, que os porretes eram usados para agredir vítimas que estavam em dívida com os paramilitares.

Na tentativa de evitar a prisão do companheiro, Mariana Viana da Silva, de 25 anos, colocou o armamento numa sacola e jogou o material do estacionamento do prédio para um terreno baldio. A cena foi flagrada por imagens de câmeras de segurança e ela também acabou presa em flagrante.

O filho do miliciano, um menor de idade, também foi usado para tentar se desfazer de um colete à prova de balas. Segundo a polícia, o carro usado por Mauro Junior seria roubado e estava com uma placa clonada.

O caso foi registrado como porte de fogo de uso restrito, receptação, por conta do veículo roubado, e organização criminosa, pela suspeita do ex-PM integrar uma milícia. 

Procurada, a defesa do casal declarou que vai ser demonstrado no curso do processo, que ele não tem qualquer relação com milicianos. Sendo responsável apenas pela posse das armas. Informa ainda que a perícia irá demonstrar que a suposta granada encontrada, não possuí efeito lesivo, sendo apenas de luz e som. Já em relação a Mariana, o advogado Fabio Viceconte alega que a prisão é arbitrária, sendo certo que está apenas foi presa por ser esposa de Mauro, e por estar na residência no momento da prisão. Não possuindo está qualquer relação com os crimes a que vem sendo acusada.

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