Policiais Militares presos acusados de sequestro, tortura e corrupção receberam R$1 milhão para liberar um traficante preso. Os agentes, que se chamavam nas rede sociais de "mercenários", sequestravam criminosos e pediam propina em troca da liberdade deles.
Segundo o promotor Eduardo Pinho, quem não pagava o valor determinado era executado.
Ao todo, 10 policiais militares foram presos e 35 mandados de busca e apreensão foram cumpridos, alguns deles no Batalhão de Duque de Caxias.
Um arsenal de traficantes foi encontrado na casa do subtenente da PM Antonio Carlos dos Santos Alves: 650 munições, granadas, cinco pistolas, uma carabina, rádios, partes de fuzil. Quando os agentes chegaram a casa dele, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, o policial jogou cerca de 100 mil reais na casa do vizinho.
De acordo com a promotora Juliana Pompeu, dentro do carro dele mais dinheiro foi encontrado.
Treze policiais militares são investigados por corrupção. Alvo de busca, o então comandante do Batalhão de Duque de Caxias, tenente-coronel André de Araújo Oliveira, foi afastado quando a operação foi deflagrada. Ele acompanhou a operação da unidade. Na casa dele, os promotores também procuraram por elementos que provem as suspeitas sobre ele.
De acordo o promotor Marcelo Arsenio, na sala do capitão Anderson Santos Orrico dentro do batalhão, os promotores encontraram 38 mil reais. Ao todo, foram apreendidos mais de 250 mil reais, cadernos de anotação e ouro.
Nas mensagens recuperadas pelos investigadores, o grupo de atuação em combate ao crime organizado do MP encontrou os próprios PMs assumindo que estavam com um traficante. Os promotores ainda investigam o envolvimento de policiais civis no esquema.
Os presos foram levados para a unidade prisional de Niterói, na Região Metropolitana. Os policiais militares vão responder por corrupção, tortura, peculato e concussão - quando um funcionário público usa o cargo para obter vantagens indevidas.