População de jacarés que vive na Lagoa de Jacarepaguá corre risco de extinção

O motivo é a expansão urbana e a contaminação desenfreada do meio ambiente, que têm afetado o equilíbrio do ecossistema

Por Guilherme Faria (sob supervisão)

População de jacarés que vive na Lagoa de Jacarepaguá corre risco de extinção
Jacarés
Reprodução

A população de jacarés que vive na Lagoa de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, vem sendo formada predominantemente por machos e corre risco de extinção. O motivo é a expansão urbana e a contaminação desenfreada do meio ambiente, que têm afetado o equilíbrio do ecossistema local.

Segundo o Instituto Jacaré, cerca de cinco mil jacarés-de-papo-amarelo vivem na região. A poluição faz com que eles tenham dificuldade de encontrar alimentos e consumam produtos contaminados e outros itens que não deveriam ingerir. No estômago de jacarés, já foram encontrados pedaços de plástico, latinhas e garrafas pet.

Além disso, a temperatura de incubação tem influência no sexo dos filhotes. Segundo o biólogo e presidente do Instituto Jacaré, Ricardo Freitas, a decomposição do material orgânico proveniente do lixo na lagoa faz com que as temperaturas fiquem elevadas, o que leva ao nascimento de mais animais machos.  

Ricardo ressalta que as projeções do instituto indicam que eles representam mais de 80% da população de jacarés na Lagoa de Jacarepaguá:

"Jacarés são o que chamamos de termodependentes na razão sexual, então como consequência disso, eles dependem da temperatura de incubação para que eles possam determinar, por exemplo, se vai nascer um jacaré macho ou fêmea. Temperaturas muito altas não ajudam no equilíbrio da razão sexual. Pelo contrário, ou matam os embriões ou, quando tem nascimento, a maior parte deles é de jacarés machos."

Ricardo Freitas explica ainda que, por estar no topo da cadeia alimentar, os jacarés são importantes para a saúde de todo o ecossistema:

"O impacto da poluição é imensurável no momento. Porque ela afeta todos os organismos que vivem na lagoa, todos os que consomem os recursos da lagoa, a entender, nós, e ainda afeta a reprodução dos animais."

Procurado pela BandNews FM, o Instituto Estadual do Ambiente afirmou que realiza vistorias e fiscalizações em todo o complexo lagunar de Jacarepaguá a fim de verificar possíveis irregularidades e que cinco ecobarreiras foram instaladas para auxiliar na retenção de resíduos.

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