Se por um lado, o centenário da Portela foi marcado por luxo e tecnologia, por outro, os erros técnicos apresentados na Avenida podem fazer escola a perder o título de campeã do Carnaval carioca em 2023.
A escola foi a segunda a se apresentar, nesta segunda-feira (21), último dia de desfiles do Grupo Especial.
Logo no início do desfile, a Azul e Branco da Zona Norte usou 80 drones que, durante a apresentação, formaram no céu os nomes da escola e dos baluartes homenageados.
Além de tecnologia, a Portela também levou para a Avenida uma das maiores águias, símbolo da agremiação, com busto prateado e mais de seis metros em cada uma das asas, que se moviam no alto de uma das alegorias.
No entanto, a escola enfrentou muitos problemas ao longo do desfile. Ainda na concentração, um dos carros chegou a bater na frisa do Sambódromo. Além disso, a agremiação também enfrentou problemas na evolução, criando buracos ao longo da Avenida.
De acordo com o comentarista da BandNews FM Bruno Felippo, a Portela decepcionou em pleno centenário.
Outra escola que também enfrentou problemas na Avenida foi a Beija-flor. Uma parte de um dos carros do abre-alas pegou fogo, ainda na concentração. As chamas foram controladas, mas, com o susto, Edson Assis, que viria no carro como destaque, desistiu de desfilar.
ESCOLAS DESTAQUES NOS DOIS DIAS DO GRUPO ESPECIAL
A Viradouro e a Imperatriz Leopoldinense são os grandes destaques do Carnaval de 2023. A Vermelho e Branco de Niterói trouxe a história de Rosa Maria Egipcíaca com um samba manifesto forte e que emocionou os participantes. Já a Imperatriz chamou muita atenção pela mistura de ritmos nordestinos na bateria. Segundo o comentarista de carnaval da BandNews FM Bruno Felippo, as duas escolas têm chances de título.
Com desfiles que se destacaram também Mangueira e a Grande Rio empolgaram na Avenida e estão entre as favoritas desse ano. A Mangueira fez um desfile em homenagem às diferentes Áfricas que ajudaram a construir o carnaval na Bahia. A escola de Caxias homenageou Zeca Pagodinho com um enredo que brincava com a busca pelo sambista na Passarela.
A apuração com as notas dos jurados para as escolas é nesta quarta-feira (22), com transmissão da BandNews FM.
CONFIRA COMO FOI A APRESENTAÇÃO DE CADA ESCOLA
Paraíso do Tuiuti
O Paraíso do Tuiuti abriu o último dia de desfiles do Grupo Especial com o enredo "Mogangueiro da Cara Preta", em homenagem à Ilha de Marajós, no Pará.
Com alas e alegorias que traziam muitos animais, os carnavalescos Rosa Magalhães e João Vitor Araújo optaram por contar a história de como os búfalos chegaram ao estado e se tornaram os protagonistas do búfalo-bumbá, uma adaptação marajoara do boi-bumbá.
O desfile mostrou a origem indiana deles e a lenda de que chegaram ao Pará após um naufrágio.
A arte e a cultura paraense, assim como a fauna e a flora marajoara, também foram exaltadas pela escola.
Portela
O centenário da Portela foi celebrado na Marquês de Sapucaí com uma consagração a grandes figuras que fazem parte da história da Azul e Branco de Madureira.
No começo do desfile, 80 drones luminosos formaram a águia símbolo da escola e escreveram, no céu da Sapucaí, os nomes de Monarco, Dodô e Natal. A comissão de frente, que contou com o trabalho de cenógrafos do Cirque Du Soleil, mostrou a criação da Portela e de seus símbolos sagrados.
As demais alas e alegorias emocionaram a comunidade ao trazer a cronologia da agremiação. Painéis de LED colocados no último carro levaram imagens de nomes históricos da Portela.
A evolução, porém, foi prejudicada por problemas em carros alegóricos.
Vila Isabel
O carnavalesco Paulo Barros apostou na religiosidade, unindo a tradição e o vanguardismo para falar sobre as festas divinas e populares no desfile da Unidos de Vila Isabel.
A Azul e Branco da Zona Norte foi a terceira escola a passar pela Avenida no último dia de desfiles do Grupo Especial na Marquês de Sapucaí.
A agremiação iniciou a apresentação com um carro pede passagem tendo como destaque o cantor e presidente de honra Martinho da Vila.
A escola trouxe inovação com primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira que, em 15 segundos, trocaram uma roupa simples pela tradicional vestimenta. A apresentação do casal também foi uma continuação da comissão de frente da Vila.
Imperatriz Leopoldinense
A Imperatriz Leopoldinense apostou na mistura de ritmos e sacudiu a Avenida: a bateria comandada por Mestre Lolo brincou com os ritmos nordestinos acompanhando o samba-enredo.
A escola de Ramos levou para a Sapucaí a história de Lampião com um delírio da literatura de cordel. A escola de Ramos foi a quarta a pisar na Passarela do Samba.
A Imperatriz fez um desfile sem erros técnicos. Os lampiões e marias bonitas espalhados pela Sapucaí levantaram a arquibancada e chamaram atenção pelo acabamento e delicadeza das fantasias e alegorias.
Inclusive, de acordo com o comentarista de carnaval, Bruno Felippo, a escola tem tudo para estar no Desfile das Campeãs.
Beija-Flor
A Beija-Flor de Nilópolis era uma das favoritas para o título de campeã do Carnaval carioca. No entanto, por conta de diversos problemas técnicos, a Azul e Branco pode ficar de fora do Sábado das Campeãs. Foi o que afirmou o comentarista da BandNews FM, Bruno Filippo.
Ainda na concentração, uma parte do segundo carro do abre-alas da escola pegou fogo. O incêndio foi controlado pelos Bombeiros antes de entrar na Avenida, mas, com o susto, o destaque que viria à frente do carro desistiu de desfilar.
A escola de Nilópolis foi a quinta a se apresentar no último dia de desfiles.
Viradouro
Homenageando Rosa Maria Egipcíaca, a primeira mulher negra a escrever um livro no Brasil, a Viradouro fechou a série de desfiles do Grupo Especial e está entre as cotadas para ser a vencedora do Carnaval 2023.
Já no primeiro tripé, no início do desfile da madrugada desta terça-feira (21), a Vermelho e Branco de Niterói trouxe para a Avenida um aquário com o tema “Uma gota se faz oceano”. O adereço relembrou a comissão de frente de 2019 que levou a Viradouro ao título.
Ao longo de sua apresentação, a agremiação contou a história de Rosa Maria Egipcíaca desde a infância dela, passando pelos problemas que ela enfrentou depois de ter sido trazida da África para o Brasil, sendo vendida e prostituída, até a sua canonização.
Fotos: Fernando Maia, Ismar Ingbe, Alex Ferro, Tata Barreto e Gabriel Monteiro/Riotur
NOVA ILUMINAÇÃO NA SAPUCAÍ DIVIDE OPINIÕES
A nova iluminação da Marquês de Sapucaí foi a grande novidade deste ano no Grupo Especial do Carnaval carioca, mas dividiu opiniões. Três escolas optaram por apagar o Sambódromo e apontar luzes especiais durante a apresentação da comissão de frente.
No segundo dia de desfiles, a Beija-Flor ainda fez a passarela do samba piscar ao ritmo das paradinhas da bateria. O coreógrafo da comissão de frente, Jorge Teixeira, falou sobre as novas luzes ainda na armação da escola.
O setor 1, porém, permaneceu apagado após a passagem da escola e a armação da Viradouro aconteceu às escuras.
As demais agremiações preferiram não arriscar e utilizaram a tradicional iluminação branca durante todo o desfile. Em entrevista à BandNews FM antes do Carnaval, grande parte dos carnavalescos e diretores de carnaval também criticaram a falta de orientação da Liesa sobre como a novidade poderia ser colocada em prática.
O comentarista de Carnaval da BandNews FM Bruno Felippo acredita que o uso das luzes diferenciadas será tendência nos próximos anos, mas ainda precisa de ajustes e regras mais claras.
No primeiro dia, a Tijuca protagonizou um momento histórico e apagou, pela primeira vez, as luzes da Sapucaí durante a apresentação da comissão de frente.
O Salgueiro desfilou logo depois e mostrou os mortos sendo despertados por Joãosinho Trinta sob luzes azuis e vermelhas.
A nova iluminação da Sapucaí foi instalada no ano passado em caráter experimental e testada no Desfile das Campeãs com as cores das escolas.
Só neste ano as agremiações foram autorizadas a escolherem como as luzes seriam utilizadas ao longo das apresentações.