Portela comemora os 100 anos na Sapucaí enfrentando problemas no desfile

Confira todos os detalhes do segundo dia na Passarela do Samba

Por Agatha MeirellesVinicius FernandesPedro DobalPriscila XavierJoão BoueriThuany Dossares

Portela comemora os 100 anos na Sapucaí enfrentando problemas no desfile
No ano do centenário, Portela conta própria história
Ismar Ingber/Riotur

Se por um lado, o centenário da Portela foi marcado por luxo e tecnologia, por outro, os erros técnicos apresentados na Avenida podem fazer escola a perder o título de campeã do Carnaval carioca em 2023.

A escola foi a segunda a se apresentar, nesta segunda-feira (21), último dia de desfiles do Grupo Especial.

Logo no início do desfile, a Azul e Branco da Zona Norte usou 80 drones que, durante a apresentação, formaram no céu os nomes da escola e dos baluartes homenageados.

Além de tecnologia, a Portela também levou para a Avenida uma das maiores águias, símbolo da agremiação, com busto prateado e mais de seis metros em cada uma das asas, que se moviam no alto de uma das alegorias.

No entanto, a escola enfrentou muitos problemas ao longo do desfile. Ainda na concentração, um dos carros chegou a bater na frisa do Sambódromo. Além disso, a agremiação também enfrentou problemas na evolução, criando buracos ao longo da Avenida.

De acordo com o comentarista da BandNews FM Bruno Felippo, a Portela decepcionou em pleno centenário.

Outra escola que também enfrentou problemas na Avenida foi a Beija-flor. Uma parte de um dos carros do abre-alas pegou fogo, ainda na concentração. As chamas foram controladas, mas, com o susto, Edson Assis, que viria no carro como destaque, desistiu de desfilar.

ESCOLAS DESTAQUES NOS DOIS DIAS DO GRUPO ESPECIAL

A Viradouro e a Imperatriz Leopoldinense são os grandes destaques do Carnaval de 2023. A Vermelho e Branco de Niterói trouxe a história de Rosa Maria Egipcíaca com um samba manifesto forte e que emocionou os participantes. Já a Imperatriz chamou muita atenção pela mistura de ritmos nordestinos na bateria. Segundo o comentarista de carnaval da BandNews FM Bruno Felippo, as duas escolas têm chances de título.

Com desfiles que se destacaram também Mangueira e a Grande Rio empolgaram na Avenida e estão entre as favoritas desse ano. A Mangueira fez um desfile em homenagem às diferentes Áfricas que ajudaram a construir o carnaval na Bahia. A escola de Caxias homenageou Zeca Pagodinho com um enredo que brincava com a busca pelo sambista na Passarela.

A apuração com as notas dos jurados para as escolas é nesta quarta-feira (22), com transmissão da BandNews FM.

CONFIRA COMO FOI A APRESENTAÇÃO DE CADA ESCOLA

Paraíso do Tuiuti

O Paraíso do Tuiuti abriu o último dia de desfiles do Grupo Especial com o enredo "Mogangueiro da Cara Preta", em homenagem à Ilha de Marajós, no Pará. 

Com alas e alegorias que traziam muitos animais, os carnavalescos Rosa Magalhães e João Vitor Araújo optaram por contar a história de como os búfalos chegaram ao estado e se tornaram os protagonistas do búfalo-bumbá, uma adaptação marajoara do boi-bumbá. 

O desfile mostrou a origem indiana deles e a lenda de que chegaram ao Pará após um naufrágio.

A arte e a cultura paraense, assim como a fauna e a flora marajoara, também foram exaltadas pela escola.

Portela 

O centenário da Portela foi celebrado na Marquês de Sapucaí com uma consagração a grandes figuras que fazem parte da história da Azul e Branco de Madureira. 

No começo do desfile, 80 drones luminosos formaram a águia símbolo da escola e escreveram, no céu da Sapucaí, os nomes de Monarco, Dodô e Natal. A comissão de frente, que contou com o trabalho de cenógrafos do Cirque Du Soleil, mostrou a criação da Portela e de seus símbolos sagrados. 

As demais alas e alegorias emocionaram a comunidade ao trazer a cronologia da agremiação. Painéis de LED colocados no último carro levaram imagens de nomes históricos da Portela.

A evolução, porém, foi prejudicada por problemas em carros alegóricos.

Vila Isabel 

O carnavalesco Paulo Barros apostou na religiosidade, unindo a tradição e o vanguardismo para falar sobre as festas divinas e populares no desfile da Unidos de Vila Isabel.

A Azul e Branco da Zona Norte foi a terceira escola a passar pela Avenida no último dia de desfiles do Grupo Especial na Marquês de Sapucaí.

A agremiação iniciou a apresentação com um carro pede passagem tendo como destaque o cantor e presidente de honra Martinho da Vila.

A escola trouxe inovação com primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira que, em 15 segundos, trocaram uma roupa simples pela tradicional vestimenta. A apresentação do casal também foi uma continuação da comissão de frente da Vila.

Imperatriz Leopoldinense

A Imperatriz Leopoldinense apostou na mistura de ritmos e sacudiu a Avenida: a bateria comandada por Mestre Lolo brincou com os ritmos nordestinos acompanhando o samba-enredo.

A escola de Ramos levou para a Sapucaí a história de Lampião com um delírio da literatura de cordel. A escola de Ramos foi a quarta a pisar na Passarela do Samba.

A Imperatriz fez um desfile sem erros técnicos. Os lampiões e marias bonitas espalhados pela Sapucaí levantaram a arquibancada e chamaram atenção pelo acabamento e delicadeza das fantasias e alegorias. 

Inclusive, de acordo com o comentarista de carnaval, Bruno Felippo, a escola tem tudo para estar no Desfile das Campeãs.

Beija-Flor 

A Beija-Flor de Nilópolis era uma das favoritas para o título de campeã do Carnaval carioca. No entanto, por conta de diversos problemas técnicos, a Azul e Branco pode ficar de fora do Sábado das Campeãs. Foi o que afirmou o comentarista da BandNews FM, Bruno Filippo.

Ainda na concentração, uma parte do segundo carro do abre-alas da escola pegou fogo. O incêndio foi controlado pelos Bombeiros antes de entrar na Avenida, mas, com o susto, o destaque que viria à frente do carro desistiu de desfilar.

A escola de Nilópolis foi a quinta a se apresentar no último dia de desfiles.

Viradouro

Homenageando Rosa Maria Egipcíaca, a primeira mulher negra a escrever um livro no Brasil, a Viradouro fechou a série de desfiles do Grupo Especial e está entre as cotadas para ser a vencedora do Carnaval 2023. 

Já no primeiro tripé, no início do desfile da madrugada desta terça-feira (21), a Vermelho e Branco de Niterói trouxe para a Avenida um aquário com o tema “Uma gota se faz oceano”. O adereço relembrou a comissão de frente de 2019 que levou a Viradouro ao título. 

Ao longo de sua apresentação, a agremiação contou a história de Rosa Maria Egipcíaca desde a infância dela, passando pelos problemas que ela enfrentou depois de ter sido trazida da África para o Brasil, sendo vendida e prostituída, até a sua canonização.

Fotos: Fernando Maia, Ismar Ingbe, Alex Ferro, Tata Barreto e Gabriel Monteiro/Riotur

NOVA ILUMINAÇÃO NA SAPUCAÍ DIVIDE OPINIÕES

A nova iluminação da Marquês de Sapucaí foi a grande novidade deste ano no Grupo Especial do Carnaval carioca, mas dividiu opiniões. Três escolas optaram por apagar o Sambódromo e apontar luzes especiais durante a apresentação da comissão de frente. 

No segundo dia de desfiles, a Beija-Flor ainda fez a passarela do samba piscar ao ritmo das paradinhas da bateria. O coreógrafo da comissão de frente, Jorge Teixeira, falou sobre as novas luzes ainda na armação da escola.

O setor 1, porém, permaneceu apagado após a passagem da escola e a armação da Viradouro aconteceu às escuras.

As demais agremiações preferiram não arriscar e utilizaram a tradicional iluminação branca durante todo o desfile. Em entrevista à BandNews FM antes do Carnaval, grande parte dos carnavalescos e diretores de carnaval também criticaram a falta de orientação da Liesa sobre como a novidade poderia ser colocada em prática.

O comentarista de Carnaval da BandNews FM Bruno Felippo acredita que o uso das luzes diferenciadas será tendência nos próximos anos, mas ainda precisa de ajustes e regras mais claras.

No primeiro dia, a Tijuca protagonizou um momento histórico e apagou, pela primeira vez, as luzes da Sapucaí durante a apresentação da comissão de frente.

O Salgueiro desfilou logo depois e mostrou os mortos sendo despertados por Joãosinho Trinta sob luzes azuis e vermelhas. 

A nova iluminação da Sapucaí foi instalada no ano passado em caráter experimental e testada no Desfile das Campeãs com as cores das escolas.

Só neste ano as agremiações foram autorizadas a escolherem como as luzes seriam utilizadas ao longo das apresentações.

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